Cristina Florência Dias Van-Dúnem remeteu recentemente uma missiva ao chefe do executivo angolano apresentando a sua demissão do cargo de Presidente não executiva do Conselho de Administração do do Banco de Poupança e Credito (BPC). As autoridades ainda não decidiram se consideram o pedido ou se emitem um voto de confiança traduzido na sua continuidade mas levando em conta as suas exigências (a restruturação da comissão executiva).
O seu pedido de demissão é justificado por alegado antagonismo com a actual comissão executiva do BPC presidida pelo jurista Zinho Baptista. O pensamento, explanado nas invocações daquela antiga vice-governadora do BNA, é de ausência de coesão entre a Comissão executiva e o Conselho de Administração.
De acordo com apreciações pertinentes, o BPC é até ao momento a instituição pública cujo modelo de um gestão “dual” tem produzido incompatibilidades, diferente ao que acontece na petrolífera estatal, sob liderança de Isabel dos Santos.
Um memorando sobre o assunto (saneamento do BPC) apreciado recentemente em Conselho de Ministro conclui que “Esta realidade representa para os accionistas do BPC e para a quase totalidade dos contribuintes angolanos (que acabam por pagar por via indirecta as consequências dos erros cometidos na gestão do BPC), um quadro de forte dolo, negligência e gravoso para a boa imagem do Estado, das suas instituições, incluindo o regulador, empresas públicas e do País.”
Como solução, o memorando aquele órgão colegial orienta a “recomposição do Conselho de Administração do BPC à luz da necessidade de se dispor de um órgão coeso, sólido e capacitado, do qual deverá emergir uma Comissão Executiva profissional, experiente e corajosa.”
“A nova Administração do BPC terá de alterar de forma radical os procedimentos e até os hábitos (e vícios) que caracterizaram a concessão de crédito até ao momento, caso contrário os accionistas serão novamente chamados a injectar novos recursos (se os houver).”, defende o documento ao qual o Club-K teve acesso.
A figura a quem as autoridades na pessoa do ministro das finanças, Archer Mangueira propõe para assumir o futuro conselho de administração é Ricardo Daniel Sandão Queirós Viegas de Abreu, um bancário com créditos firmados. Já foi vice – governador do Banco Nacional de Angola (BNA), e anteriormente passou pelo banco BAI e pelo BNI de que foi Vice-Presidente. É também pela sua formação solida feita no exterior (Portugal e Inglaterra).
Sobre si, pesa, em seu desfavor um alegado “desapresso” vindo de uma ala do regime que em outras ocasiões teria objectado a sua indicação para o cargo de assessor econômico do PR.