A UNITA, maior partido da oposição angolano, acusa o ministro da defesa e candidato às eleições gerais de Agosto João Lourenço de mesquinhez política depois de ter referido à oposição angolana como "malandros".
O maior partido da oposição angolana reagiu, em comunicado, às declarações proferidas por João Lourenço durante uma visita oficial a Moçambique, no domingo, 19 de Março, ao falar da oposição nos dois países.
Para o deputado angolano Raúl Danda, líder parlamentar da UNITA, as declarações de João Lourenço são deslocadas; "o candidato mostra desconhecimento daquilo que é a realidade. Ele ficou nos anos de 1975/76, no tempo do partido único, e continua a olhar para Angola como se isso fosse um regime de partido único. O saudosismo do MPLA ligou-se ao saudosismo da Frelimo e começaram a fazer declarações completamente deslocadas e tontas".
Em Maputo, o ministro da defesa e candidato do MPLA referiu-se à tentativa para derrubar os governos partidos libertadores do regime colonial em Angola e em Moçambique: "Os malandros estão unidos, quer os de dentro, quer os de fora e andam todos os dias a pensar na forma como derrubar a Frelimo e na forma de derrubar o MLPA", disse João Lourenço.
"Achamos que é uma aberração que o senhor João Lourenço ir para Moçambique e chamar malandros. Malandros que existem neste país são aqueles que andam a roubar o dinheiro do país como é o caso naquilo que ouvimos nas reportagens que vêm de outros países sobre desvios de dinheiros. O senhor João Lourenço não escapa a isso. Essas pessoas que se enriqueceram à custa do dinheiro público e que, agora, querem vir combater a corrupção quando eles são parte integrante. Como é que alguém pode falar em reconciliação nacional quando faz reuniões em Moçambique a dizer que eles têm de se manter no poder porque os outros é que são os malandros? É muito mal-educado, infelizmente é", descreveu o deputado Raúl Danda.
A coligação angolana CASA-CE afirmou hoje que o cabeça de lista do MPLA às eleições gerais de Agosto "não está talhado para o desempenho das mais altas funções de Estado",após ter considero os partidos da oposição "malandros".