Partilha Nossa Página no Facebook Na Mabor: Moradores bebem água em más condições ~ Canal 82 | Agência de Notícias

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Na Mabor: Moradores bebem água em más condições



Os moradores da zona da Mabor, no município do Cazenga, em Luanda, estão a consumir água de uma conduta rebentada na estrada principal do Ngola Kiluange, por falta de água canalizada.

 A fissura está localizada nas imediações da Fábrica Textang  Dois, próximo do Cemitério do Catorze e existe há mais de sete meses. As águas ao longo da via transbordam   como as de um rio. Os carros abrandam a velocidade ao chegar ao local e o trânsito fica congestionado.
As águas aparentemente límpidas induzem os moradores para o seu consumo. Às primeiras horas da manhã vários moradores acorrem ao local com bidões, baldes e banheiras. Muitos aproveitam o espaço para fazer a sua higiene pessoal.
Luísa Augusto, 59 anos, moradora há 34 anos no bairro Mabor, disse que a sua casa deixou de ter água canalizada em 1988. De lá para cá, Luísa Augusto consome água dos tanques abastecidos por cisternas. Um bidão de vinte litros custa 50 kwanzas. O rigor nas palavras indicam a dura experiência de viver a situação da falta de água há tantos anos.
O bairro dispõe  de chafarizes montados em algumas zonas, mas Luísa Augusto refere que ficam distantes.  Um bidão de 20 litros no chafariz custa dez kwanzas. Apesar da distância da casa para o local onde rebentou a conduta da água, Luísa Augusto faz o sacrifício de todos os dias acarretar a água recolhida a céu aberto para diminuir os custos. Por dia, um morador no bairro Mabor pode gastar 1.500 kwanzas na compra de água.

Esperança gorada


Há cinco anos os moradores ganharam a esperança de ter água canalizada. No bairro foram instaladas várias torneiras. As torneiras foram testadas a 20 de Outubro de 2016, com a promessa de entrarem em funcionamento definitivamente a 20 de Novembro, mas até hoje isso não se verificou. 
“Estamos a sofrer com a falta de água, há muita   roupa suja por lavar”, disse, referindo que os moradores usam os detergentes “Certeza” e lixívia para purificar a água.
A reportagem do Jornal de Angola viu um camião cisterna a descarregar água no tanque de uma casa do bairro Mabor. O camião de 11 mil litros custa dez mil kwanzas. Por dia os vendedores de água fazem, em média, três carregamentos. João Domingos, ajudante do camião cisterna, contou ao Jornal de Angola que retira da Girafa de Cacuaco. 

Nadir Mpaca José é proprietária de um tanque. De 37 anos de idade, disse que vive no bairro há cinco anos. Contou  que a venda de água do seu tanque não é lucrativa. Cada bidão de 20 litros é vendido a 50 kwanzas e três bidões a 100 kwanzas. “Não sai ganho”, desabafou.

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