A Angola Cables anunciou a conclusão em 2018 da ligação do South Atlantic Cable System (SACS), o cabo de fibra óptica, entre as cidades de Fortaleza e Luanda.
Em declarações ao Jornal de Angola, à margem do Fórum Futuro, uma
iniciativa do Ministério da Ciência e Tecnologia, que juntou
especialistas do sector, o presidente do Conselho de Administração da
Angola Cables, António Nunes, considerou 2017 e 2018 anos fundamentais
para a empresa e para o país no que se refere à competitividade.
Além do SACS, que vai garantir a primeira conexão de alta capacidade entre Brasil e Angola, António Nunes acredita que o Monet, outro cabo submarino também financiado pela Angola Cables, em parceria com a Google e a brasileira Algar Telecom, reforçando ainda este ano a ligação entre o Brasil e os Estados Unidos, vão impulsionar conexões a redes académicas e comerciais entre países e também entre continentes. “A finalização destes projectos vai permitir que Angola tenha conectividade internacional que ainda não tem”, disse António Nunes.
Sobre o Fórum Futuro, o PCA da Angola Cables valorizou a oportunidade proporcionada aos participantes vindos de várias partes do mundo, de conjugar o conhecimento com as ferramentas necessárias nas diferentes actividades económicas para obter resultados pretendidos.
No discurso de encerramento, a ministra da Ciência e Tecnologia, Cândida Pereira Teixeira, destacou o grande objectivo do “Fórum Futuro”, que era promover a troca de experiências entre os colectores nacionais e estrangeiros no domínio do desenvolvimento da ciência e tecnologia e investigação científica, bem como incentivar o desenvolvimento económico do país. O evento, lembrou a ministra, teve como lema “O impacto da Ciência, Tecnologia e Inovação no crescimento e na diversificação da economia”, e deu o exemplo do projecto Angosat, que se espera vir a ser um grande contributo às reformas estruturais para o aumento da produtividade do sector privado não petrolífero.
Durante dois dias, o Fórum Futuro permitiu aos participantes ouvirem experiências de Portugal e da África do Sul sobre financiamento da investigação científica, a partir de comunicações feitas, respectivamente, por Paulo Ferrão, presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia, e Andrew Kaniki, director executivo da Gestão do Conhecimento e Estratégia da Fundação Nacional para a Investigação.
O presidente do Conselho de Administração do Banco de Desenvolvimento de Angola apresentou subsídios sobre o financiamento na investigação científica aplicada, com impacto no desenvolvimento económico do país, e Zolana João, responsável pelo Gabinete de Gestão do Angosat, falou sobre o impacto deste projecto no desenvolvimento de Angola.
O moçambicano Lourino Chemane teceu considerações sobre o que tem sido feito no seu país em matéria de redes de pesquisa e como este tipo de projectos incentiva o crescimento económico. “Demos o nosso contributo ao fórum, mostrando como conseguimos ter as 49 instituições de ensino superior de todo o país ligadas ao Ministério da Ciência e Tecnologia, ajudando na celeridade da informação e criando fontes de rendimento económico”.