ENTREVISTA COM POLITÓLOGO PORTUGUÊS:
Adelino Maltez, politólogo.
Como se explica que o racismo esteja ainda presente na sociedade, incluindo na política portuguesa?
A guerra colonial, que ainda não foi esquecida, as comunidades africanas, que não querem ter actividade política, e o afastamento dos partidos por medo de represálias eleitorais estão na base deste problema.
Porque não querem as comunidades africanas ter um papel activo na política?
É curioso: na região onde dou aulas, os melhores alunos não são brancos. E no fim optam por voltar para o seu país, onde existem melhores condições de trabalho e se sentem mais acarinhados.
Em pré-campanha legislativa, onde podemos observar o racismo?
Existe também um lado histórico mais negativo na política, nesse respeito, o que demarca os partidos destas questões. Há agora uma campanha negra contra o António Costa. E isso é claríssimo.
Portugal é mais racista que outros países europeus?
Estamos mais europeus. Já não temos uma visão imperialista. Portugal é o país menos racista dentro dos povos europeus, disso não tenho quaisquer dúvidas.
Que diferenças europeias existem no racismo hoje em dia?
O racismo é um fenómeno etnocentrista e nós também fomos vítimas disso. Dentro da Europa, o conflito reside entre os países nórdicos e os países do sul. Não é um problema de cor, mas sim de comunidades.
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