O governador de Benguela adverte que a Administração Geral Tributária pode contribuir para o fecho de inúmeras empresas com cobranças de impostos por trabalhos prestados há vários anos. Isaac dos Anjos, que estranha o silêncio da oposição, considera que o tecido empresarial não deve servir de pretexto para fazer face à baixa do petróleo.
Governador afirma que ‘’multas pesadíssimas atrofiam empresas’’. Para esvaziar eventuais críticas da oposição à porta das eleições, o governante faz questão de jogar na antecipação, chegando a sugerir a participação de militantes do MPLA, que também sofrem com os problemas do país.
Em plena fase de uma reforma tributária que o Ministério das Finanças diz ser irreversível, Isaac dos Anjos alerta para as consequências, tendo no horizonte o pleito previsto para Agosto.
‘’Está a cobrar às empresas resultados e trabalhos de 2012, debitando em 2017 só porque não temos receitas. Está a atrofiar o tecido empresarial com multas pesadíssimas, o que pode levar ao fecho de muitas empresas. Eu, enquanto governador, abordo já esta questão, para que, quando os nossos adversários tentarem abordar, o assunto já está referenciado’’, sustenta Anjos.
Ao abrigo da legislação, conforme alguns observadores, a Administração Geral Tributária *AGT tem legitimidade para cobrar tais impostos. Entretanto, o consultor económico Janísio Salomão, em declarações à VOA, lembra que até a AGT está em fase de organização.
‘’Se as empresas estão sem recursos porque o Estado não paga há vários anos, é preciso que haja ponderação da parte da AGT. As empresas têm ordenados por pagar e outras despesas operacionais. Há também as obrigações fiscais, independentemente da divida do Estado’’, refere. A província de Benguela faz parte da segunda região tributária com mais receitas fiscais.
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