Angola participa no domingo, em Israel, num torneio internacional de Física, destinado a alunos do ensino secundário, que são submetidos a uma prova prática de produção de cofre, para cujo fabrico devem ser respeitadas as regras físicas e magnéticas.
Os representantes de Angola são quatro alunos da escola de formação de professores Comandante Liberdade, localizada na província da Huíla, por terem vencido o concurso nacional realizado em Outubro de 2016. O porta-voz do concurso em Angola, Rufino Kissonde, técnico sénior do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação (INIDE), disse ontem, em Luanda, que no concurso participaram sete províncias: Bengo, Huíla, Huambo, Luanda, Cuanza Norte, Namibe e Moxico.
Os quatro alunos vencedores têm entre 18 e 20 anos e frequentam a 12ª e a 13ª classes do curso de Mate-Física, na cidade do Lubango, e partem amanhã para Israel acompanhados do porta-voz Rufino Kissonde.
Angola é convidada por Israel a participar no concurso pela segunda vez, um facto que é, na opinião de Rufino Kissonde, resultante das boas relações existentes entre os dois países. Na primeira participação de Angola, ocorrida no ano passado, estiveram em Israel cinco estudantes do Instituto de Telecomunicações (ITEL) de Luanda.
O porta-voz do concurso nacional disse que o essencial na disputa académica é os participantes serem capazes, do ponto de vista físico e magnético, de construir um cofre difícil ou impossível de ser aberto sem a prévia permissão. Os cofres levados ao concurso são submetidos a testes, feitos pelos próprios concorrentes, devendo cada um tentar abrir os de outros, mas obedecendo às normas físicas e magnéticas.
O Concurso Internacional de Cofres já existe há 22 anos em Israel, país conhecido como melhor fabricante de cofres a nível mundial. Para Israel viajam alunos com magníficas invenções nas áreas de matemática e física, daí o concurso ser também conhecido como Torneio Internacional de Física.
“Não se dá prémios como tal aos vencedores, mas o concurso permite expor vários cofres com os melhores sistemas de segurança magnética, cuja patente pode ser comprada pelas melhores empresas do mundo, incluindo bancos”, acentuou Rufino Kissonde.
Palavras do ministro
O ministro da Educação, Pinda Simão, que presidiu à cerimónia de apresentação do cofre feito pelos quatro alunos da Huíla, agradeceu à Embaixada de Israel em Angola pelo convite e disse que o concurso vai permitir ao país mostrar o que tem sido feito em termos de aprendizagem e competências tecnológicas. Pinda Simão disse ser necessário que as pessoas que frequentam a escola saiam da instituição escolar com competências para apoiar o desenvolvimento económico, social e cultural do país. “Um país pode não ter riquezas minerais, mas se tiver pessoas bem formadas, estas vão ser capazes de ajudar o seu país a crescer”, declarou o ministro Pinda Simão.
“Com esta parceria, queremos que a cooperação entre Angola e Israel continue e que abranja outras áreas, para haver cada vez mais oportunidades de enviar estudantes angolanos a fim de fazerem especialização em áreas específicas, que são de interesse para o desenvolvimento da Educação em Angola”, adiantou o titular da pasta da Educação.
O embaixador israelita em Angola, Oren Rozenblat, disse que o povo judeu acredita na educação e é conhecido no mundo como o povo do livro porque acreditou que a educação é a única maneira para desenvolver qualquer Nação.
“Antes era a indústria e a agricultura que lideravam as economias do mundo, e hoje é a tecnologia”, afirmou o diplomata, tendo dado ênfase à realização do concurso, onde os participantes mostram a evolução tecnológica dos seus países.
Isaías Sakanhe, 18 anos, é um dos quatro alunos que representam Angola este ano no concurso. O jovem disse que o cofre foi feito em cinco meses e, para o seu fabrico, pensaram no elefante, por ser um animal muito forte e típico do continente africano.
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