A reabertura do serviço de crédito do Banco de Poupança e Crédito (BPC), anunciada no início deste ano pela instituição, vai ser viabilizada através de um aumento de capital de 67 500 milhões de kwanzas, equivalente a 405 milhões de dólares, valor garantido pela emissão de Obrigações do Tesouro, já autorizada pelo Presidente José Eduardo dos Santos.
Segundo um decreto presidencial de 2 de Fevereiro, o BPC vai receber o reforço de capital directamente "sem desconto", como forma de potencializar os rácios prudenciais do banco e possibilitar "a expansão das suas actividades de concessão de crédito."
O documento, assinado para permitir que o banco estatal "cumpra na plenitude a missão para o qual foi criado", viabiliza o anúncio feito no início do ano pelo presidente da Comissão Executiva do BPC, Zinho Baptista Manuel, de que a instituição se prepara para voltar a financiar as empresas e as famílias angolanas com o "descongelamento" do serviço de crédito bancário.
Na altura, o responsável explicou que a medida se enquadra na estratégia de reestruturação do banco, pressupondo a redefinição das regras para acesso aos empréstimos.
"Não se poderá conceder crédito sem que primeiro se redefinam os critérios da sua atribuição aos clientes", sublinhou Zinho Manuel, lembrando que as falhas do passado fizeram com que a "a economia angolana fosse tida, entre aspas, como deficitária".
Recorde-se que o BPC vive uma crise de liquidez, agravada pelo volume de crédito malparado, equivalente a 1,2 mil milhões de dólares.
A situação levou ao desenvolvimento de um plano de reestruturação, que conta com uma linha de crédito de 325 milhões de dólares do Banco Africano de Desenvolvimento.
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