Ricardo Caiuri, de 28 anos, até então esposo de Domingas Vunge, de 26 anos, com quem tem dois filhos, está a ser acusado de a ter agredido fisicamente à morte. O crime aconteceu no município do Kilamba Kiaxi, Golf II, bairro Maria Eugénia Neto.
Segundo Rosalina Vunge, irmã da vítima e uma das primeiras pessoas a prestar os primeiros socorros, não se sabe ao certo a razão que terá levado o casal ao desentendimento, contudo, ao sair do interior da casa, encontrou a irmã estendida no chão, desmaiada e rodeada de gente, na rua.
“Ele disse que apenas tinha dado uma chapada, mas ela estava com o rosto inflamado e tinha perdido os sentidos.
Com a ajuda dele pussemos a minha irmã dentro de casa para fazer pensos quentes, mas a Mimi se recusou e queixava-se de muita dor de cabeça”.
Conta a irmã que mesmo tendo-lhe dado dois comprimidos paracetamol, Domingas continuou queixandose de dor-de-cabeça.
Os lábios de Domingas estavam tão inflamado que não conseguia comer sem a ajuda da irmã e a agressão que sofrera foi tão brutal, segundo a irmã, que não conseguia pôr-se de pé.
Ricardo ausentou- se e orientou Rosalina para que lhe telefonasse caso a esposa viesse a piorar. Passado algumas horas, Domingas Vunge começou a espumar e ao mesmo tempo a sangrar pelo nariz.
O marido levou-a ao Hospital Geral de Luanda e na presença dos médicos disse que a jovem “tinha caído da cama”.
Mimi, como era carinhosamente chamada, morreu antes de ter chegado àquela unidade hospitalar, de acordo com os médicos que a receberam. “O Ricardo tinha-me dito para junto dos médicos dizer que minha irmã caiu da cama, mas não aceitei e falei a verdade.
Ele foi preso mesmo lá no Hospital e transferido à esquadra do Nova Vida”, declarou Rosalina. Para a mãe da vítima, Luísa Vicente Vunge, 49 anos, Ricardo desde sempre mostrou-se um péssimo esposo, com comportamento agressivo e sem interesse em acompanhar a sua mulher, até mesmo quando esta sofreu uma cesariana.
Para a mãe e sogra, Ricardo já várias vezes agrediu Domingas, com quem mantinha a relação há mais de 7 anos, sendo que a última vez o pai da jovem, por razões de segurança, preferiu tirar a filha de onde vivia (bairro Simione) para a sua casa, no Golf II.
“Ele, quando agredia a minha filha, mandava o filho de sete anos e a sobrinha irem comprar sambapito. Em Novembro já tinha agredido ela até desmaiar”, disse Luísa Vunge, sentada num luando aos prantos.
A ser consolada, a interlocutora recorda que “quando a Mimi estava grávida do segundo filho, sofreram um assalto lá no Simione, que acho que foi uma combina dele, e violaram a minha filha”.
O pai da vítima, Júlio Sacaia, perto da mesa de condolências lamentava a morte, com a confirmativo do delito em mãos, o resultado da autópsia segundo o qual Domingas morrera em consequência de um derrame cerebral, provocado por um objecto contundente.
“Minha filha tinha os lábios inflamados, foi um golpe fatal. Espero que ele seja sentenciado. É muito sofrimento”, chorava.
‘Meu filho é calmo’
Catarina Caiuri, mãe do acusado pelo homicídio, falou à nossa equipa que o filho nunca demonstrou um comportamento que o levasse àquela situação.
Considera- o uma pessoa calma. Não se lembra de alguma vez ele ter agredido a esposa, mas afirma ter registado algumas discussões entre o casal.
“Todos fomos surpreendidos por esta situação, não esperávamos e é muito triste, tanto para nós quanto para a família da Mimi”, declarou. Com o auxílio de um dos filhos, acrescentou que esperam que Ricardo “aguente” a mão pesada da justiça.
A mãe de Ricardo não quer que, em face ao que aconteceu, nasça um conflito entre as duas famílias . Entretanto, importa ressaltar que na casa em que se encontra o óbito, OPAÍS constatou uma clara separação entre as famílias.
A de Ricardo (o acusado pela morte) encontrava-se a aproximadamente 50 metros do local onde se encontrava reunida a família da vítima.
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