O filme “A Ilha dos Cães”, rodado nas províncias de Luanda e do Namibe, tem estreia marcada para o dia 25 de Fevereiro, na 37ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto (Fantasporto).
O longa-metragem que tem a participação do luso-angolano Miguel Hurst, no papel principal, também filmado em São Tomé e Príncipe e realizado pelo português Jorge António, vai ser exibido no Grande Auditório Rivoli, localizado no interior do Teatro Municipal do Porto.
A co-produção conjunta entre Angola, São Tomé e Príncipe e Portugal compete na sessão de filmes fantásticos (Cinema da Imaginação).
“A Ilha dos Cães” é uma aventura adaptada do livro (romance) “Os Senhores do Areal”, de Henrique Abranches, que retrata o passado colonial e parte de Angola contemporânea, em duas histórias que datam de 1932 a 2006.
As principais cenas do filme foram captadas em Angola, onde uma ilha misteriosa, que no passado serviu de prisão e túmulo, foi escolhida para receber a construção de um recinto turístico.
Segundo a sinopse, os trabalhos atrasam quando uma matilha de cães selvagens e sem medo de humanos invade a ilha e reclama pelo espaço, que afinal tem o seu nome.
Os actuais ocupantes compartilham a maldição da ilha misteriosa, pois os corpos das pessoas que aí foram enterradas começam a aparecer e o horror espalha-se rapidamente.
Pedro Mbala, interpretado por Miguel Hurst, é enviado à ilha para resolver o problema e tentar desvendar a aparente maldição. O seu alvo é uma matilha de cães vadios.
A ficha técnica é repleta de actores lusófonos, com Jorge António, realizador e membro fundador da Academia Portuguesa de Cinema, os actores angolanos Daniel Martinho, Miguel Hurst, Ciomara Morais, Miguel Sermão, Matamba Joaquim e Giovanni Lourenço, Ângelo Torres, de São Tomé, Welket Bungué, da Guiné-Bissau, e os portugueses Nicolau Breyner, José Eduardo e João Cabral.
Ana Costa produziu o filme que contou ainda com a equipa de outros membros da academia, entre os quais Virgílio Almeida (argumento), Tony Costa (direcção de fotografia), Silvia Grabowski (guarda-roupa), Jorge Pacheco (direcção de som), Filipe Vale (montagem) e Pedro Louro (efeitos visuais).
A presente edição do Festival Internacional de Cinema do Porto, a ser realizada de 20 de Fevereiro a 5 de Março, é apontada pela organização como a mais fantástica de sempre. Ela vai apresentar 125 filmes inéditos em ante estreias nacional, europeia, internacional e mundial, de 33 países.
O festival promove 96 sessões nas duas salas do Rivoli, com 10 a 11 diárias. As competições começam no dia 24, com o filme “The Age of Shadows”, de Jee-woon Kim, o maior êxito de bilheteira asiático do ano passado.
O filme foi seleccionado nos festivais de Veneza, Toronto e de Filadélfia, onde foi eleito o melhor. A matriz do programa continua a passar pela competição de filmes divididos nas classes cinema da imaginação (Secção Fantástico) e pelo cinema da realidade (Semana dos Realizadores) e Mini Me, com longas e curtas metragens, cinema de animação e experimentais.
Todos os filmes novos abordam a realidade que hoje afecta o mundo, nomeadamente as guerras, o drama dos migrantes, o dilema das mulheres muçulmanas face ao adultério e a realidade económica da Europa.
O cineasta Ate de Jong, dos Países Baixos, é o homenageado do 37 do Fantasporto e, além da exibição dos filmes, a programação reserva encontros, conferências e debates.