terça-feira, 1 de dezembro de 2015

EM PLENO TRIBUNAL, LUATY BEIRÃO PEDE QUE JOSÉ EDUARDO DO SANTOS DEIXE O PODER



AUGUSTO CAMPOS | LUANDA, 02 Dezembro 2015:


O 'rapper' luso-angolano Luaty Beirão, um dos 17 arguidos que estão a ser julgados em Luanda acusados de prepararem uma rebelião, reafirmou hoje que Angola é uma "pseudodemocracia" e voltou a apelar à saída do Presidente.

O ativista foi o sétimo dos réus a ser ouvido em julgamento, em 12 sessões já realizadas na 14.ª Secção do Tribunal Provincial de Luanda, em Benfica, com várias perguntas colocadas pelo juiz presidente Januário José Domingos, prosseguindo a sua audição durante o dia de quarta-feira.

Perante o tribunal, Luaty Beirão negou hoje que as reuniões que o grupo de ativistas realizava desde maio até à altura da detenção, em junho, se destinassem a promover ações violentas para a destituição do Presidente, sendo antes uma discussão "meramente académica" em torno de um livro e recusando ter qualquer agenda política pessoal neste caso.

Ainda assim, e criticando a "pseudodemocracia" que afirmou ser Angola, Luaty Beirão voltou a defender, a título pessoal e tal como o faz publicamente em vários protestos desde 2011, a demissão do Presidente José Eduardo dos Santos, que confirmou ser o "ditador" várias vezes referido nos livros e escutas apresentadas pela acusação.

"Já deu o suficiente à nação", apontou o músico e ativista luso-angolano, sugerindo a sua aposentação, tendo em conta os 36 anos que leva nas funções de Presidente de Angola.

Este processo envolve 17 pessoas, incluindo duas jovens em liberdade provisória, todas acusadas, entre outros crimes menores, da coautoria material de um crime de atos preparatórios para uma rebelião e para um atentado contra o Presidente de Angola, no âmbito - segundo a acusação - de um curso de formação para ativistas, que decorria em Luanda desde maio.

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