terça-feira, 1 de dezembro de 2015

COMO TRATAR UM FAMILIAR GAY?



AUGUSTO CAMPOS | LUANDA, 01 Novembro 2015:

Primeiro, ser gay não é doença. Segundo, ex gays evangélicos não me enganam.  Acho que essas religiões evangélicas tão cheias de gays suprimidos. 

As palavras dos livros sagrados (Biblia, Corão ou Torá) servem para justificar o pensamento do pastor, rabino ou do khalifa. Segundo ele, na escala de malfeitorias, um homossexual está na mesma categoria do ladrão, do assassino, do viciado em drogas e do adúltero. Todos são pecadores mortais.

“Mas Deus é misericordioso e não discrimina ninguém, desde que a pessoa liberte sua alma do diabo”, ameniza. Termina a pregação fazendo uma ressalva: “Homossexuais são como as prostitutas: sofreram alguma macumba e têm influências de forças malignas”.

O trabalho de libertação, como dizem nas igrejas evangélicas, acabou criando um novo gênero: os ex-gays. Eles são quase como propagandas ambulantes do processo, apontados como provas vivas de que, com a ajuda de Deus — e dos pastores, claro —, é possível transformar sua orientação sexual.

“Graças ao Senhor, entendi que a maneira como eu vivia era errada e busquei forças para sair daquilo”, conta o presbítero Eduardo Rocha, representante da Igreja Sal da Terra.

Rocha era um transformista conhecido pelo nome de guerra Grevâniah Rhiuchélley. Ele começou a se vestir de mulher aos 16 anos, mas conta que sentia atração por meninos desde os 12. Cocaína e maconha entraram rápido na sua rotina. “Eu debochava de religião, não tinha respeito por Jesus”, penitencia-se.

Tudo mudou durante uma rave na cidade de Alto Paraíso, no interior de Goiás. Foi quando Rocha teria ouvido uma voz. “Ela me dizia que o Senhor ia mudar minha vida.” Desde então, o baladeiro passou a ler a Bíblia e a frequentar cultos. “O processo não foi traumático ou agressivo, mas muito difícil”, lembra.
Cinco anos depois da conversão, em 2007, Rocha se casou com a musicista Genoveva Geni. Hoje, eles trabalham para que outros jovens encontrem a tal salvação. Às quartas-feiras, o ex-transformista se encontra com um grupo de cerca de vinte gays em reuniões nos moldes dos alcoólicos anônimos. “Oramos, lemos a Bíblia, cada um conta sua história e tento fazê-los entender que precisam sair da vida de pecado”, descreve.
Rocha também dá seus testemunhos em diversas igrejas evangélicas da cidade e organiza o Seminário de Sexualidade Cristã, que aborda temas como “pureza sexual” e “restauração da identidade”. Diz ele: “Todos que estão vivendo como homossexuais enfrentam um desvio de personalidade que deve ser contornado”.

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