AUGUSTO CAMPOS | LUANDA, 10 Dezembro 2015:
O Reino Unido devia “agradecer” a Donald Trump porque o que ele disse “é bom” para os muçulmanos. É esta a reação do candidato presidencial sobre a petição para Trump ser impedido de entrar no Reino Unido, depois das polémicas declarações contra a entrada de muçulmanos nos EUA.
David Cameron apressou-se a condenar os comentários “inúteis” que criam “divisões” na população. Há que recordar que os muçulmanos britânicos, por exemplo, gastaram mais de três mil milhões de euros em viagens aos Estados Unidos em 2014. Neste momento, a petição que quer proibir Donald Trump de entrar no Reino Unido já chegou às 380 mil assinaturas — um número que a torna elegível para ser discutida na Câmara dos Comuns, aponta o Telegraph.
Entretanto somam-se as reações ao tema. Muhammad Ali, ex-campeão mundial de boxe e o “muçulmano americano mais famoso”, como define o Telegraph, diz que deve ser promovido o diálogo ao invés da animosidade. “Acredito que os nossos líderes políticos devem usar o seu lugar para introduzir entendimento sobre o Islão”, acreditando que os recentes tiroteios em Paris a San Bernardino (EUA) “perverteram as visões das pessoas sobre o que Islão é realmente”.
Mark Zuckerberg também teve uma palavra a dizer. “Como judeu, os meus pais ensinaram-me que devemos ser contra os ataques a qualquer comunidade. Mesmo que o ataque não seja contra ti hoje, os ataques contra a liberdade ferem toda a gente”, considerou. O fundador do Facebook quis deixar o seu “apoio a toda a comunidade muçulmana”.