O ministro do Interior de Angola entende como "prudente" a detenção dos 15 ativistas angolanos, para não permitir o desenvolvimento de planos apoiados por forças estrangeiras para a desestabilização do país, que previam "mortes".
Ângelo Veiga Tavares, que falava esta quarta-feira, em Luanda, em conferência de imprensa sobre o plano das comemorações dos 40 anos da independência de Angola, referia-se ao grupo dos 15 que estão detidos desde junho, acusados de prepararem uma rebelião e um atentado contra o presidente da República, que começam a ser julgados a 16 de novembro.
Apontou, a título de exemplo, que o Governo angolano convidou em 2014 uma cidadã europeia (italiana) a abandonar o país, porque esta se reuniria com aquele grupo, supostamente dando indicações para que nas manifestações de contestação ao regime deveriam ser provocados confrontos com a polícia, gerando entre 20 a 25 mortos.
"Por isso é que em alguns casos, a polícia prefere não permitir que tais manifestações atinjam um nível de confronto para atingir esse fim. Portanto, essa cidadã europeia foi convidada a abandonar o país", frisou.
Segundo o ministro, também em alguns círculos diplomáticos, alguns cidadãos com esse estatuto instigavam esses jovens "e coincidentemente sempre na mesma perspetiva".
"Haver confrontos para permitir - era o termo que utilizavam - a intervenção do ocidente e, por caricato que pareça, a cifra era sempre a mesma, entre 20 e 25 mortos", acrescentou.
"Portanto, o que se estava a passar não era aquela habitual tentativa de simples manifestação, era coisa bem diferente, era coisa bastante ousada. Ou seja, no meu entendimento, havia sim alguém por trás a arregimentar e a aproveitar o estado de alma desses jovens para fins diferentes daqueles que estão mais desenvolvidos do ponto de vista democrático", acusou o ministro.