AUGUSTO CAMPOS | LUANDA, 05 Novembro 2015:
113 km2 (cidade) / 18 826 km2 (província)
3 500 000 habitantes (o conjunto dos municípios de Luanda, Belas e Cazenga) / 7 000 000 habitantes aprox. (Província)
Clima Tropical com uma estação quente e húmida de outubro a maio e uma estação fria e seca, o cacimbo, de junho a setembro.
Setor terciário/Indúst.transformadora diversificada(alimentos processados,bebidas,têxteis,cimento e outros materiais construção,plástico,metal,cigarros,etc),refinação de petróleo,const.civil/Exportações(petróleo,diamantes,café,algodão,açúcar,ferro,sal).
BREVE HISTÓRIA DE LUANDA
Luanda, capital da República de Angola e capital da província homónima, é a maior cidade do país desde 1627. Por volta de 1974/1975, Luanda tinha uma população de aproximadamente 500 000 pessoas. Durante os anos da guerra civil angolana verificou-se um imenso êxodo de populações do interior para o litoral e, em particular, para a capital, que alberga hoje cerca de 6 000 000 de pessoas. A partir de 2011, a anterior «grande Luanda» deu origem a três municípios: Luanda, Belas, Cazenga Viana, Kissama, Cacuaco e Ícolo e Bengo. O município de Luanda é formado por 7 distritos: Ingombota, Kilamba Kiaxi, Luanda, Maianga, Rangel, Samba e Sambizanga.
Luanda é a cidade que apresenta maior crescimento económico, em particular desde que Angola alcançou uma situação de paz e estabilidade política e social. Os vultuosos investimentos, nacionais ou em parceria com financiadores internacionais privados e institucionais, particularmente na área da construção civil e das telecomunicações, fazem da cidade e do município uma metrópole em crescimento acelerado, com sofisticados edifícios residenciais e de escritórios que coabitam com a cidade colonial e com enormes musseques carecidos ainda de condições básicas de fornecimento de água e de saneamento.
Luanda é o principal centro financeiro, comercial e económico de Angola, sendo responsável por cerca de 90% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Ali se encontram sediadas as maiores empresas angolanas e delegações e subsidiárias de várias multinacionais. O porto de Luanda, localizado na baía de Luanda, é o principal porto do país, movimentando mais de 70% das importações e exportações angolanas (petróleo/crude excluído).
A capital é também o principal pólo universitário do país, com um número considerável de universidades, entre as quais: Universidade Agostinho Neto, Universidade Católica, Universidade Independente, Universidade Jean Piaget, Universidade Lusíada. Em 2008, foi lançado o projeto da Cidade Universitária, que abrigará o primeiro Parque Científico e Tecnológico de Angola.
Nos últimos anos, o governo central tem vindo a desenvolver um ambicioso plano de reconstrução nacional que, embora abranja todas as regiões do país, tem privilegiado a zona da capital. De facto, em Luanda, a reconstrução é evidente em quase todos os sectores da cidade. A reabilitação dos arruamentos, incluindo o seu alargamento e a aplicação de novos tapetes de asfalto, está a ser feita por toda a cidade, a construção de vias rápidas, uma das quais, a chamada Auto-Estrada Periférica de Luanda, permite o acesso rápido ao Cacuaco, Viana, Samba, Kilamba Kiaxi, ao Estádio Nacional 11 de Novembro (construído para o Campeonato Africano das Nações 2010) e ao futuro aeroporto de Luanda; a outra via liga o centro da cidade de Luanda a Viana .
O projeto de renovação e requalificação da baía de Luanda envolveu a despoluição ambiental da baía, o alargamento e melhoramento das faixas de rodagem da Avenida 4 de Fevereiro, conhecida simplesmente como a Marginal, que liga o porto à Ilha de Luanda e a construção de parques de estacionamento, zonas verdes e áreas de lazer. A primeira fase do projeto foi inaugurada em 2012.
Devido ao grande crescimento populacional verificado na cidade o preço dos terrenos aumentou exponencialmente e os muceques estenderam-se até próximo da fronteira de cidades como Viana. A implantação de infraestruturas ainda não acompanha o rápido aumento da construção habitacional: só 20% da cidade de Luanda tem água e saneamento básico e apenas 30% das casas têm água corrente.
Está em marcha um grande investimento na habitação social para abrigar parte da população que vive nos muceques. O programa de urbanismo e habitação lançado pelo Governo prevê a construção de mais de um milhão de fogos até 2012, grande parte deles em Luanda.
Os habitantes de Luanda são, na sua grande maioria, de origem bantu, principalmente ambundu, ovimbundu e bakongo. No momento do acesso de Angola à independência, a maior parte dos portugueses ou angolanos de origem portuguesa deixou o país. No entanto, atualmente, a população estrangeira, portugueses, brasileiros e outras nacionalidades de origem europeia, é bastante grande, existindo ainda uma importante comunidade chinesa. A língua mais falada em Luanda é o português, que é também a língua oficial do país, sendo também faladas várias línguas do grupo bantu, principalmente o kimbundu.
Luanda foi formalmente fundada por Paulo Dias de Novais em 25 de janeiro de 1576 com o nome de São Paulo de Luanda. A escolha do local foi influenciada por três fatores principais: a existência de um magnífico porto natural, situado numa baía aberta ao mar mas protegida por uma ilha; água potável, as águas dos poços da Maianga no que era a lagoa dos Elefantes; e as excelentes condições de defesa oferecidas pelo morro de São Paulo. Durante os primeiros tempos, a economia de Luanda assentava exclusivamente no comércio de escravos, proporcionando avultados lucros e um elevado nível de vida aos moradores da cidade. Em 1605, com o aumento da população europeia e do número de edificações, a vila de São Paulo de Luanda recebeu foral de cidade, sendo constituída a primeira vereação municipal. Nesta época ergueram-se, na parte alta da cidade, até hoje conhecida como Cidade Alta, várias igrejas, o palácio do governador e outros edifícios públicos.
Luanda tornou-se, a partir de 1627, o centro administrativo da região. Para a defender foram construídas a Fortaleza de São Pedro da Barra a Fortaleza de São Miguel de Luanda e a Fortaleza do Penedo. Em 1640, após a restauração da independência portuguesa, Luanda foi atacada e ocupada for forças holandesas (1641), situação que se prolongou até à reconquista da cidade por Salvador Correia de Sá, em 15 de Agosto de 1648.
Ao celebrar 438 anos de existência, Luanda é uma cidade onde o futuro acontece todos os dias.