O presidente do Sindicato da Construção Civil, Albano Ribeiro, garante que há cerca de 80 mil trabalhadores portugueses com salários em atraso em Angola e que, pelo menos, mil destes operários que virão passar o Natal a casa "já não regressarão" a África. Números que Reis Campos, presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI), diz não ter condições de confirmar, embora admita que a situação em Angola é muito complicada. "O mais grave é o arrastar desta crise no tempo, com o desgaste que isso causa às empresas e aos seus trabalhadores", frisa.
Portugal é o segundo país com maior presença no mercado da construção africano. Dos 5,3 mil milhões de euros que as construtoras nacionais faturam nos mercados internacionais, dois mil milhões são assegurados por Angola (38%). Dados da CPCI, que lembra que o orçamento angolano foi feito tendo por base um preço de referência do petróleo nos 81 dólares (76,5 euros) quando este está agora abaixo dos 47 dólares (44 euros).