segunda-feira, 21 de setembro de 2015

EIUA: VOLKSWAGEM PODERÁ SER MULTADA EM 15 BILHÕES


AUGUSTO CAMPOS | LUANDA, 21 Setembro 2015:

A Volkswagen está a ser acusada pelas autoridades dos EUA de manipulação grosseira dos testes às emissões poluentes em vários dos seus modelos movidos a diesel. A empresa, que “lamenta profundamente” o sucedido, arrisca uma multa equivalente a mais de 15 mil milhões de euros e alguns executivos podem enfrentar processos criminais por terem, segundo a acusação, instalado programas informáticos nos automóveis (das marcas Volkswagen e Audi) que escondiam, durante os testes, que os carros poluem entre 10 a 40 vezes mais os limites permitidos por lei.

O escândalo está a levar as ações do grupo automóvel alemão a afundarem mais de 15% na bolsa de Frankfurt. É a sessão bolsista mais negra dos últimos seis anos, segundo a Bloomberg.

A empresa admitiu – e “lamenta profundamente” – ter forjado os resultados dos testes às emissões poluentes. Em causa estarão quase meio milhão de carros a gasóleo que circulam nas estradas norte-americanas e que poluem mais 10 a 40 vezes do que permitido por lei e do que dizem os resultados dos testes. A acusação diz que os carros foram equipados com o chamado defeat device, que fazia com que os mecanismos de redução de emissões fossem ativados apenas quando o modelo estava a ser testado. Na circulação normal, este mecanismo era desligado e, portanto, o carro poluía muito mais do que se acreditava.

“Em termos simples, estes carros continham software que desligava os controlos de emissões quando circulando normalmente e ligava-os quando o carro estava a ser sujeito a controlos de emissões poluentes”, explicou Cynthia Giles, responsável da norte-americana Environmental Protection Agency (EPA), citada pela Reuters.

Martin Winterkorn, presidente-executivo que acaba de vencer uma luta interna contra o presidente do conselho de administração – e seu antigo mentor –, Ferdinand Piech, garante que fará “tudo o que for necessário para reverter os danos que isto causou”. Esta é, “pessoalmente, a prioridade número 1”, garantiu Winterkorn. A penalização poderá ser, contudo, muito pesada: o grupo arrisca até 18 mil milhões de dólares em multas e alguns executivos poderão enfrentar processos nos tribunais.

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