AUGUSTO CAMPOS | LUANDA: A produção petrolífera da Rússia já é a mais elevada do mundo, superando
a da Arábia Saudita, líder incontestável do sector nos últimos 25 anos.
De acordo com os números divulgados pela Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (OPEP), e citados na sexta-feira pela imprensa
britânica, a Rússia produziu 9,2 milhões de barris por dia durante o mês
de Junho, mais 46 mil do que a Arábia Saudita.
O ressurgimento da
indústria petrolífera russa resulta de uma conjugação de factores.
Depois de uma década de fortes quebras na produção, o sector começou a
capitalizar o aumento da procura mundial de petróleo registado nos
últimos três anos. Tendo como base a desvalorização do rublo em 1998, as
petrolíferas russas - com destaque para a Sibneft e a Yukos -
desenvolveram significativamente a sua capacidade produtiva de crude. O
investimento centrou-se na aquisição de novas tecnologias e na
importação de especialistas do Ocidente.
Para se tornar líder
mundial, a Rússia também contou com as limitações produtivas da Arábia
Saudita, que integra o cartel da OPEP, barómetro da oferta mundial de
petróleo nas últimas décadas, período em que tem conseguido gerir a
evolução dos preços segundo os seus próprios interesses.
Apesar
do desempenho recente, as empresas petrolíferas russas estão perto da
capacidade máxima de exploração, situação que poderá reconduzir a Arábia
Saudita à liderança mundial, já que o produtor árabe tem vindo a
direccionar parte das suas receitas para o desenvolvimento de novas
explorações.