Adaptação: Augusto Campos | Canal 82 | Luanda - Além dos chefes de Estado ou de Governo de dezenas de países, são
também vários os nomes de celebridades que vão marcar presença nas
cerimónias fúnebres do ex-Presidente sul-africano Nelson Mandela.
Bill Gates, Oprah Winfrey,
Richard Branson, Peter Gabriel, Naomi Campbell e Bono são os nomes até
agora conhecidos de acordo com o Guardian, que diz também que a
família real britânica será representada pelo príncipe Carlos e qua a
rainha estará ausente por aos 87 anos estar desaconselhada a fazer voos
tão longos. A homenagem a Nelson Mandela conta ainda com dois mil jornalistas de todo o mundo.
A
quase uma semana do funeral, estão confirmados mais de 90 chefes de
Estado ou de Governo nas cerimónias fúnebres, quer se trate do memorial
de terça-feira em Joanesburgo ou o funeral em Qunu, a aldeia que o viu
crescer, no próximo fim-de-semana. De fora, e com uma justificação que
está a gerar alguma polémica, ficará o primeiro-ministro checo, que
disse que tinha um almoço.
O problema é que Jiri Rusnok foi gravado numa conversa que julgava
privada, no Parlamento, a dizer ao ministro da Defesa: “Espero que o
Presidente vá no meu lugar. A ideia de ir dá-me calafrios”.
Se
muitos países vão optar por se fazer representar por um Presidente ou um
primeiro-ministro na homenagem a Nelson Mandela no estádio Soccer City,
os Estados Unidos e Brasil vão ter representações alargadas e de peso. O
Presidente norte-americano Barack Obama e a sua mulher Michelle vão
estar acompanhados por três ex-Presidentes dos EUA, Jimmy Carter, George
W. Bush e Bill Clinton (que viaja com a sua mulher Hillary Clinton,
antiga Secretária de Estado). Já Dilma Rousseff vai fazer-se acompanhar
pelos seus quatro antecessores: Jose Sarney, Fernando Collor de Mello,
Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula Da Silva.
A delegação
britânica também impressiona. O primeiro-ministro David Cameron estará
ao lado do vice-primeiro-ministro Nick Clegg, bem como do líder da
oposição trabalhista, Ed Miliband e os ex-primeiros-ministros John
Major, Tony Blair e Gordon Brown. O Príncipe Carlos não vai ao estádio
mas estará presente no funeral de Mandela, na aldeia de Qunu, no dia 15.
De
França, embora viajando em aviões separados, o Presidente François
Hollande e o seu antecessor, Nicolas Sarkozy também vão estar presentes
no Soccer City.
Portugal faz-se representar pelo Presidente da
República, Aníbal Cavaco Silva, e pelo ministro dos Negócios
Estrangeiros, Rui Machete.
No domingo já se tinha ficado a saber
que Dalai Lama não estará entre os presentes. O seu porta-voz anunciou
que não faz tenção de ir. Embora não tenha avançado pormenores, não será
por falta de vontade, mas por recear uma terceira recusa de visto pelas
autoridades sul-africanas.
Foi em 2009 que pela primeira vez o
Dalai Lama viu o seu pedido de visto para entrar na África do Sul
recusado: tinha sido convidado por Mandela e por Frederik Willem de
Klerk – o ex-Presidente sul-africano que também recebeu o Nobel da Paz
em 1993, juntamente com Mandela –, bem como pelo arcebispo anglicano
Desmond Tutu (outro Nobel da Paz, em 1984), para participar numa
conferência sobre a paz em Joanesburgo, organizada pela Liga Nacional de
Futebol. Em Outubro de 2011, viu recusado o seu pedido novamente,
quando foi convidado para a festa dos 80 anos de Desmond Tutu, outro
herói da luta anti-apartheid, na Cidade do Cabo.
A África do Sul decretou uma semana de luto após a morte, na quinta-feira, aos 95 anos, do líder da luta anti-apartheid.
Domingo foi um dia nacional de recolhimento e reflexão, em que o
Presidente Jacob Zuma apelou aos seus compatriotas para que vivam "em
unidade, para que estejamos unidos como uma só nação arco-íris”. Mas na
nação arco-íris o peso da China, importante parceiro económico e
diplomático, tem fechado as portas ao Dalai Lama. A China tenta limitar
as deslocações do líder espiritual tibetano, avisando os Governos
estrangeiros sobre as consequências para as suas relações bilaterais se
lhe abrirem as portas.
Foi em 2004 que os dois homens se
encontraram pela última vez. Quando Nelson Mandela morreu, na passada
quinta-feira, o Dalai Lama declarou ter sofrido uma “perda pessoal”:
“Era um amigo querido, que ainda esperava rever e por quem tinha uma
grande admiração e um grande respeito”. Mas o seu porta-voz disse à AFP
que “ele não está a pensar ir” ao funeral, sem adiantar mais
explicações. Para bom entendedor, no entanto, meia palavra basta.
Os
sul-africanos continuam entretanto a recordar Madiba e a celebrar a sua
vida. Na Igreja de Regina Mundi, no bairro do Soweto, centenas de
pessoas assistiram à missa ontem. A “igreja do povo”, como é conhecida, é
um local especial: foi lá que decorreram muitas reuniões dos movimentos
anti-apartheid. Hoje, a memória desses tempos está eternizada
nos vitrais, onde Mandela aparece a discursar perante um mar de mãos,
tal como no dia da sua libertação, em 1990.
Não muito longe,
também no Soweto, o bispo Mosa Sono emocionava os milhares de pessoas ao
dizer “graças a Deus por Madiba”, enquanto a cara de Nelson Mandela
aparecia num grande ecrã.
Em Joanesburgo, a igreja metodista de
Bryanston recebeu o Presidente, Jacob Zuma, e familiares de Mandela,
incluindo a sua ex-mulher, Winnie. “Devemos orar para não esquecer
certos valores que Madiba defendeu, pelos quais lutou, pelos quais
sacrificou a sua vida”, declarou Zuma. “Ele levantou-se pela liberdade,
ele lutou contra aqueles que oprimiam os outros. Ele queria que todos
fossem livres”, acrescentou.
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