sexta-feira, 8 de novembro de 2013

FILME SOBRE RAINHA NJINGA ESTREIA COM LESLIANA PEREIRA | FILME SOBRE RAINHA GINGA

AUGUSTO CAMPOS | LUANDA | CANAL 82 - Nzinga Mbandi Ngola, conhecida como Ginga, foi Rainha dos Mbundos durante 40 anos e, segundo o autor, "uma mulher de forte personalidade, que tinha uma visão política e de nação e não aceitou a escravidão do seu povo, pois sabia que sem pessoas não podia ter uma nação".
"Sempre se opôs à escravatura e, ao contrário do Rei do Congo e das elites congolesas, nunca pactuou com os negreiros para abastecer de gentes as plantações de açúcar no Brasil", afirmou à Lusa o autor. PARTILHA NO FACEBOOK COM AMIGOS...
Manuel Ricardo Miranda salientou ainda o facto de a monarca, baptizada pelo rito católico como Ana de Sousa, mas sempre apelidada de Ginga, ter governado os Mbundos durante quatro décadas, morrendo aos 82 anos, em 1663. Sucedeu-lhe o seu irmão.
A história deste livro começou quando Manuel Ricardo Miranda foi militar em Angola ao serviço do Exército português e conheceu um descendente desta Rainha, que viveu há mais de 300 anos.
Um militar negro, Cangula, sob seu comando, disse-lhe certa vez ser descendente da Rainha Ginga e prová-lo uma tatuagem que tinha, mas se recusou então a mostrar.
Cangula viria a falecer numa emboscada quando patrulhava um troço da linha-férrea de Benguela. Agonizante, disse a Manuel Ricardo Miranda que "ia ver a tatuagem da Rainha e pediu para lhe levantar o braço direito onde, sob o sovaco, tinha tatuada uma galinhola, que representava essa ascendência régia".
Manuel Ricardo Miranda regressou, entretanto, a Portugal e, "nunca tendo esquecido esta história", foi-se dedicando à sua vida profissional, "em que lia muitos relatórios e as memórias por vezes esfumavam-se".
"A minha vida profissional não me permitiu dedicar-me à escrita, apesar de ler sempre e a História ser um dos meus interesses", disse.
Durante dois anos investigou em arquivos e bibliotecas, leu várias obras e foi escrevendo o seu livro intitulado "Ginga, Rainha de Angola", que define como "uma ficção baseada em factos históricos".
Além da documentação sobre uma figura "em que se mistura muito a lenda com a verdade histórica", foram também "decisivas" para a escrita do romance as recordações que guarda das paisagens angolanas.
Tendo em vista "uma outra ficção totalmente diferente", Manuel Ricardo Miranda observou estar a aguardar a recepção a "Ginga, Rainha de Angola" para, se for positiva, se abalançar "a uma outra carreira, na área da literatura".