Saleh bin Saad al-Lohaidan, um dos religiosos conservadores mais
importantes da Arábia Saudita, defendeu que a condução de automóveis
pode danificar os ovários das mulheres.
"Se uma mulher conduz um
carro sem que seja absolutamente necessário pode sofrer consequências
psicológicas negativas, já que existem estudos médicos fisiológicos que
demonstram que a condução afecta automaticamente os ovários e pressiona a
pélvis para cima", afirmou o xeque saudita. "Por isso achamos que
aquelas que conduzem habitualmente têm crianças com problemas clínicos
de diferentes níveis", assegurou numa entrevista dada à publicação
digital Sabq.org.
Saleh bin Saad al-Lohaidan defendeu
ainda que as mulheres que desafiam a proibição de conduzir deviam
privilegiar "a razão em vez do coração, emoções e paixões". A Arábia
Saudita é o único país do mundo que proíbe as mulheres de conduzir.
Apesar de não exisitir uma lei específica, apenas os homens têm direito a
obter carta de condução. A proibição baseia-se em fatwas
(éditos) emitidos por líderes religiosos wahhabitas, corrente
rigidamente puritana muito influente junto da monarquia saudita. As
mulheres que forem identificadas a conduzir podem ser multadas e
detidas. Na Arábia Saudita, as mulheres precisam de uma autorização por
escrito do marido, pai, irmão ou mesmo do filho para sair do país,
trabalhar ou até submeter-se a operações cirúrgicas.
Partilha com amigos…
AUGUSTO CAMPOS | KAMPUS CANAL 82 | LUANDA