Partilha Nossa Página no Facebook Igreja Tocoísta não é reconhecida juridicamente? ~ Canal 82 | Agência de Notícias

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Igreja Tocoísta não é reconhecida juridicamente?



Com o argumento de que seria até um crime, se ouvisse da parte do Estado que a Igreja Tocoísta é ilegal e tendo em conta os 70 anos de existência do Tocoísmo, o líder dessa denominação religiosa, bispo Dom Afonso Nunes, reagiu ao desnudamento do facto de que à sua «Direcção Universal» não tenha sido atribuída até hoje personalidade jurídica pelas autoridade

A Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo ‐ «Os Tocoístas», liderada pelo bispo Dom Afonso Nunes e sediada no Golfe II, em Luanda, reagiu publicamente, no passado domingo (26 de Abril), a revelação feita pelo Semanário Angolense (edição 611 ‐ 18/Abril/2015), de que essa confissão religiosa trabalha sem o reconhecimento jurídico e definitivo do Estado angolano.

A reacção da instituição veio por meio do seu próprio bispo‐mor durante o culto que aconteceu na catedral universal, que é a sede da denominação. «Uma notícia está a estremecer toda a Igreja, causando estresse a alguns, quando ouviram e leram que a Igreja Tocoísta está na ilegalidade, juntada quase a outras ‐ que chamamos de igreja, ou não, que criou problemas lá no Huambo», sublinhou Afonso Nunes na sua intervenção.

Aqui faz‐se uma clara alusão aos acontecimentos nefastos que monopolizaram os noticiários nos últimos dias, referentes ao embate mortal entre seguidores da seita adventista «Luz do Mundo» e oficiais e agentes das forças de segurança.

O propósito da menção feita por Dom Afonso Nunes reside no facto de que ambas as notícias (o «não reconhecimeto dos tocoistas» e o incidente dos «kalupetekas») tenham sido destacadas na mesma capa do jornal (sem que houvesse qualquer intenção de estabelecer alguma ligação entre os acontecimentos).

Na sequência da sua reacção, o mandatário dos «tocos» empreendeu maior relevo ao discurso, ao afirmar que «os tocoístas ferveram, ficaram zangados» perante as declarações feitas pelo Semanário Angolense. «Eu também fiquei. Eu também fiquei», repetiu sobressaidamente Dom Afonso Nunes, para em seguida dizer o que realmente era esperado que dissesse aos seus seguidores.

«Podem estar em paz, em paz mesmo ‘de’ que a Igreja Tocoísta é uma Igreja legal. Já quase a ir para 100 anos, não podia viver na ilegalidade», grifou o líder da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo, do Golfe II, em alto e bom som.

Num esculpido apelo à crença dos fiéis, Dom Afonso Nunes deixou enunciado que se podia confiar seguramente nele, pois «o pastor (ele) não conduz as ovelhas para o precipício». E como que para selar a confiança que desejava transmitir, deixou bem patente na sua mensagem que a Igreja não tinha razões de ser ilegal.

«Seria crime, se, por exemplo, ouvíssemos da parte do Estado que a Igreja Tocoísta está ilegal», considerou o bispo. E apesar de serem já de praxe as suas aparições televisivas e na mídia de um modo geral, aproveitando a ocasião em que uma equipa da Televisão

Pública de Angola se encontrava naquele templo para a transmissão em directo de uma intervenção sua, o líder dos tocoístas perguntou se a TPA poderia estar presente no recinto, sendo a Igreja ilegal.

E perguntou mais, buscando dissipar qualquer dúvida possível: «Uma Igreja ilegal vai cooperar com o Estado? (Não! – respondeu a multidão de membros). Vai trabalhar nas obras sociais com o Estado? (Não!). Uma Igreja ilegal, o líder pode ser recebido pelo Chefe de Estado? (Não!) Pode conversar constantemente com o Chefe do Estado? (Não!)».

Para ressalvar

Desse modo, o homem, considerado pelos fiéis ligados ao Golfe II, como a «encarnação» do Profeta Simão Toco, «relembrador» (fundador) daquela Igreja, terá feito o que qualquer líder em sã consciência das suas faculdades de liderança faria, diante de uma multidão de dezenas de milhares de crentes, em representação de uma legião de cerca de um milhão de almas tocoístas.

Mesmo nessa necessidade de injectar ânimo e esperança aos seus seguidores, perante o choque que a revelação do não‐reconhecimento da sua Igreja terá provocado, o bispo foi plausível num dado momento do seu discurso, ao endossar que «estas coisas é necessário que aconteçam».

Dando indicações de continuar a referir‐se implicitamente ao desnudamento do facto que o Semanário Angolense trouxe à tona, o líder espiritual da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo ‐ «Os Tocoístas» (Direcção Universal) voltou a grifar que «também, se calhar, é bom que aconteçam coisas desse tipo, na nossa caminhada».

E, por fim, o chefe eclesiástico dos «tocos» deixou manifestamente um recado no ar: «Vamos aguardar daqui em diante o desenvolvimento que este assunto vai ter». O que será que Dom Afonso Nunes quis dizer com isso? Como «cabeça espiritual» dos Tocoístas sedeados no Golfe II e visto como «personificação» do profeta‐ «relembrador» dessa Igreja, provavelmente só ele saberá.

Para recordar

O nosso jornal desvendou, no passado dia 18 de Abril, que o documento sobre o qual se assenta a legitimidade do funcionamento da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo «Os Tocoístas» ‐ Direcção Universal (INSJCM‐DU), da qual o bispo Dom Afonso Nunes é o líder, é uma simples «Declaração» dos Assuntos Religiosos do Ministério da Justiça, expedida em 17 de Janeiro de 2002. Portanto, passada há 13 anos.

Essa «Declaração» dá legitimidade mas não lhe dá o reconhecimento jurídico. Pelo seu teor, a Igreja procedeu à entrega, no Ministério da Justiça, da documentação competente e requerida para efeito de acréscimo de elementos de referência histórica para o complemento do processo de reconhecimento definitivo.

O I Congresso da INSJCM, decorrido de 11 a 15 de Dezembro de 2000, consagrou uma «reunificação e reconciliação das partes desavindas», que até então se divergiam no seio da Igreja. E assim nasceu a «direcção reunificada» dirigida por Dom Afonso Nunes. É essa «direcção» da «Igreja reunificada» que espera o reconhecimento do Estado. Ela não está ilegal. A «Declaração» lhe dá legalidade. Mas não dá personalidade jurídica.

O Estado, em 1992, já tinha reconhecido juridicamente três igrejas tocoístas: a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo ‐ «Os Tocoístas» (12 Mais Velhos), a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo ‐ «Os Tocoístas» (18 Classes e 16 Tribos) e a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo – «Os Tocoístas» (Anciãos Conselheiros da Direcção Central), esta também conhecida por «Cúpula». Falta reconhecer agora a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo ‐ «Os Tocoístas» (Direcção Universal). É só isto.

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