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Bem-vindos ao mundo caótico e sem cores de Phoenix RDC. Aqui, a realidade é o que parece. Injusta, violenta, dramática, tal como o rapper a projecta nas letras. “Se o mundo em que vivemos só me mostra historias negativas, porque não falar sobre elas?”, pergunta, céptico, em conversa com o Rede Angola.
A história de Phoenix começa quando ainda era Ydaló das Neves Mendes de Carvalho, que com apenas seis anos troca Catete por Lisboa, destino de tantas famílias angolanas fugindo da guerra civil. E da sua em particular, não fosse o pai um antigo general do MPLA e parte activa no confronto. Caiu, sem apoio, num país estranho, dividindo uma casa com cinco irmãos, onde o ordenado mínimo da mãe era o único apoio e as visitas do pai, de tão raras, “eram como uma visita do papa a Portugal”.
“É sempre complicado, teres de deixar tudo o que tens para trás e começar uma nova vida num país diferente”, admite. E assim foi: com a situação de imigrante ainda por regularizar, foi obrigado a desistir do primeiro sonho, o de se tornar futebolista, embora ainda tenha jogado por alguns clubes da zona de Vialonga, nos arredores de Lisboa.
Mas a resistência corre-lhe nas veias. Deve-a ao avô, Uanhenga Xitu, pseudónimo literário de Agostinho André Mendes de Carvalho, um dos maiores nacionalistas angolanos. “Indignado”, refugiou-se em casa e fez do hip-hop um diário para as frustrações, ao mesmo tempo que escapava do que de pior a rua tinha para oferecer.
Ver video: https://www.youtube.com/watch?v=h8RomzUwojg
