AUGUSTO CAMPOS | LUANDA, 28 Junho 2014: O presidente do Banco BIC Português, Luís Mira Amaral, admitiu hoje vir a
avaliar a compra de redes ou carteiras de ativos de bancos estrangeiros
interessados em desinvestir no retalho em Portugal, como por exemplo o
Barclays ou o BBVA. "Nós estamos proibidos, durante cinco anos, e já passaram dois anos
[desde a compra ao Estado do Banco Português de Negócios (BPN)], de
comprar outro banco ou outro operador em Portugal. Não sei se, nesse
caso, isso seria possível ou não. Não estudei isso, até porque não nos
foi proposto nada", afirmou aos jornalistas o gestor.
"Mas, em todo o caso, admito avaliar, se nos for feita uma proposta
dessas", acrescentou, à margem da cerimónia de assinatura de um
protocolo relativo a serviços mínimos bancários, no Ministério da
Economia, em Lisboa.
Isto, depois de questionado sobre um eventual interesse do BIC nas
redes ou carteiras de ativos em Portugal de bancos como o britânico
Barclays ou o espanhol BBVA.
Certo é que, segundo Mira Amaral, até ao momento "não há nenhuma ação de acordo específico com este ou aquele banco".
Já a aposta na expansão da rede de agências faz parte da estratégia do banco de capitais luso-angolanos.
"O BIC Português tem ainda algum plano de expansão. Nós queremos
abrir mais alguns balcões em sítios em que não estamos ainda ou queremos
deslocalizar balcões de sítios que têm menos visibilidade para sítios
com maior visibilidade", revelou o banqueiro.
"Nesse contexto, temos aproveitado balcões que são desafetados pelos
nossos concorrentes bancários", assinalou, apontando para os recentes
exemplos no Porto e em Angra do Heroísmo.
"Qualquer banco que liberte um balcão nós podemos, nestas
coordenadas, estar interessados. Mas não fizemos nenhuma proposta ao
BBVA", reforçou.
Quanto a um eventual interesse na rede do Barclays em Portugal, Mira
Amaral apontou para "exatamente a mesma lógica" relativa à questão do
BBVA.
"Se houver balcões do Barclays que nos interessem, nós estamos
disponíveis para ver esses balcões. Já tem acontecido noutros casos",
referiu.
Em meados de maio, a imprensa espanhola avançou que o BBVA vai sair
de Portugal na sequência de três anos de prejuízos que somaram 133
milhões de euros até setembro passado.
De acordo com o jornal, que cita fontes próximas do processo, o banco
está à procura de um comprador para o negócio em Portugal, onde está
presente há 23 anos.
A decisão, refere o jornal, foi tomada devido à falta de rentabilidade do negócio em Portugal e vai afetar 83 balcões.
A saída do BBVA de Portugal coincide com a do banco britânico
Barclays, que tinha anunciado, uma semana antes, ter deixado de
considerar a operação em Portugal estratégica.
O BBVA foi patrocinador do Real Madrid por muito tempo.
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