Partilha Nossa Página no Facebook Candidatura de Mbanza Kongo a patrimônio mundial da UNESCO ~ Canal 82 | Agência de Notícias

domingo, 9 de abril de 2017

Candidatura de Mbanza Kongo a patrimônio mundial da UNESCO



Munícipes de Mbanza Congo, capital da província do Zaire, afirmaram que a candidatura da cidade a Património Mundial da UNESCO, só foi possível graças à paz efectiva que o país desfruta há 15 anos.

Em declarações ontem à Angop, vários munícipes da antiga capital do Reino do Kongo reconheceram o valor excepcional do património histórico e cultural da região que deve nortear a sua inscrição na lista dos bens e sítios reconhecidos universalmente pela UNESCO.

Para o estudante universitário Tekadiasala Sebastião, com a guerra era quase impossível pensar-se no projecto de inscrição de Mbanza Congo na lista do Património da Humanidade. “Na altura, todas as atenções estavam viradas para as questões ligadas ao conflito armado, por isso era quase impensável projectar a candidatura de Mbanza Congo, num ambiente de guerra”, sublinhou Tekadiasala Sebastião que aguarda a inscrição com muita expectativa.

“Penso que há um engajamento total do Executivo, como foi provado com a realização da 3.ª Mesa-redonda Internacional sobre o assunto, em Novembro de 2016, em Mbanza Congo”, apontou.

Reconheceu que, desde o lançamento do projecto denominado “Mbanza Congo, Cidade a Desenterrar para Preservar”, em 2007, muitos passos foram dados neste sentido pelo Executivo angolano, representado pelo Ministério da Cultura.

“A informação que possuo é de que o processo de candidatura está já em posse do Comité do Património Mundial, em Paris (França) para a sua avaliação”, disse.

Salientou que a inscrição de Mbanza Congo diz respeito a todos os angolanos e não apenas aos habitantes da província do Zaire.

“Caso se efectiva este projecto Angola e os países integrantes do território do Reino do Congo vão sair dignificados e reconhecidos, pois Mbanza Congo foi o centro político-administrativo do império Congo”, destacou.

Na opinião da cidadã Ana Diabua, o turismo cultural vai sair revitalizado com a elevação de Mbanza Congo a Património Mundial, facto que vai impulsionar o desenvolvimento local, com o fomento da indústria de hotelaria e restauração, assim como vai poder gerar empregos e rendas.

Para isso, augura que investimentos de fundo sejam feitos neste domínio a nível do município.

Admitiu que Mbanza Congo necessita de grandes investimentos no domínio da construção de infra-estruturas, por isso apelou ao governo local mais engajamento na atracção de investimentos do empresariado nacional e estrangeiro.

“O património histórico e cultural da localidade pode traduzir-se em riqueza real para a província, em particular, e o país, em geral”, expressou.

Por seu turno, o funcionário público Pedro Matumona solicitou às autoridades e a população local maior engajamento na preservação dos bens culturais e de toda a zona histórica de Mbanza Congo.

“Fico triste ao ver os locais históricos da cidade com muito capim, principalmente nos espaços onde decorreram as escavações arqueológicas, como na área de Tadi dia Bukikua, zona onde se presume existirem as ruínas do antigo Palácio Real”, lamentou.

Lançado em Setembro de 2016, com a realização da 2.ª Mesa-redonda Internacional sobre “ Mbanza Kongo, Cidade a Desenterrar para Preservar”, pelo Ministério da Cultura, o projecto de candidatura de Mbanza Congo observou várias etapas, desde as escavações arqueológicas, pesquisa sobre o património imaterial, levantamento arquitectónico de edifícios mais antigos e emblemáticos.

Estudo feitos em países como França, Bélgica, Alemanha, Portugal e Estado do Vaticano, respectivamente, que detêm vários documentos inéditos sobre o Reino do Congo, de grande valor para a argumentação do dossiê de candidatura apresentado à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que provam o valor excepcional e extraordinário de Mbanza Congo.

Caso venha a ser classificada património mundial, a cidade de Mbanza Congo vai contar com um centro de pesquisa e interpretação sobre o Reino do Congo, formado no século XIII. Mbanza Congo foi no século XVII a maior vila da costa ocidental da África Central, com uma densidade populacional de 40 mil habitantes autóctones e quatro mil europeus.

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