A inserção de pessoas de baixa renda no sistema financeiro vai melhorar significativamente as condições sociais e reforçar a cultura de poupança e autonomia económica, afirmou no Dundo Faustino João, técnico da direcção regional Leste do Banco Nacional de Angola (BNA).
Faustino João falava na cerimónia de entrega de prémios a clientes sorteados do Banco Internacional do Comércio (BIC), que abriram contas bancárias no âmbito do programa “Bankita”, lançado em 2011 pelo BNA.
O técnico do BNA explicou que o programa possibilita às pessoas de baixa renda abrirem conta bancária, com um valor simbólico de 100 Kwanzas, contra os 20.000 estipulados pelos bancos comerciais para casos normais.
O “Bankita” está a ser desenvolvido em parceria com os bancos comerciais como um instrumento de redução da pobreza e incentivo à cultura de poupança. Enquanto instituição reguladora do sistema financeiro no país, o BNA pretende com o programa promover a educação financeira nos distintos estratos sociais. Faustino João afirmou que estudos efectuados pelo BNA concluíram que existe uma fraca cultura de poupança de dinheiro nas populações, a julgar pela falta de conhecimento sobre a importância de uma gestão rigorosa das finanças pessoais. O BNA considera que a inserção de um maior número de pessoas no sistema financeiro, através da abertura de contas bancárias, é também um meio de estancar a dispersão do dinheiro, disse Faustino João.
O especialista garantiu que constitui um objectivo do banco central a expansão do conhecimento sobre o uso correcto do dinheiro, a aplicação racional dos recursos financeiros e evitar o desperdício. A educação financeira, insistiu, é importante para as famílias, visto que representa uma mais-valia em termos de gestão do dinheiro.
Como forma de incentivo à abertura de contas bancárias, no âmbito do “Bankita”, o BNA decidiu instituir um prémio através de sorteio. Os primeiros contemplados são clientes do BIC no Dundo.
De acordo com a classificação, Nilton Quexinato recebeu do BNA um fogão a gás e Laurinda Jonasse ganhou uma máquina de lavar roupa, uma ventoinha e um ferro de engomar. A cerimónia de entrega dos prémios decorreu na agência do BIC no Dundo e foi testemunhada por familiares e amigos dos vencedores, que expressaram satisfação.
Abertura de contas
O gerente da agência do BIC explicou que, desde o lançamento do “Bankita” na capital da Lunda Norte, a instituição promoveu acções de sensibilização que culminaram com a abertura de mais de 500 contas bancárias, por parte de pessoas de baixa renda. As acções de sensibilização, segundo Bismarque Chizeca, estão a ser desenvolvidas em locais de maior aglomeração populacional e de vendedores ambulantes, assim como em igrejas, mercados, feiras e escolas.
O gestor bancário afirmou que, além do valor de 100 kwanzas para a abertura da conta bancária, é exigida uma fotocópia do bilhete de identidade, uma fotografia e o número de contribuinte. Bismarque Chizeca destacou que o programa estabelece o ponto de partida para o aumento do número de clientes para os bancos comerciais e ajuda a materializar a política de inserção das famílias de baixa renda nos sectores sociais e produtivos do país e a reduzir os indicadores de pobreza.
Educação financeira
Os responsáveis dos agregados familiares na Lunda Norte, inseridos na função pública e áreas produtivas, foram aconselhados a adoptar uma gestão racional e adequada das finanças pessoais, para se evitar o desperdício. A sugestão é do chefe de departamento de divisão administrativa da delegação regional Leste do BNA, João Francisco, durante uma palestra.
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