sábado, 4 de março de 2017

Restos mortais do músico Diabick são sepultados em Luanda



O músico e compositor Diabick, falecido na segunda-feira, em Luanda, vítima de doença, é sepultado hoje, às 10h00, no Cemitério  do Benfica, na capital do país, confirmou ontem ao Jornal de Angola, o director nacional da Acção Cultura do Ministério da Cultura, Vieira Lopes.

Vieira Lopes adiantou que, horas antes do sepultamento, o corpo do autor de “Menina feia” será velado no salão da Liga Africana, de onde vai partir o cortejo fúnebre para o Cemitério de Benfica, onde serão depositados os restos mortais do músico na presença de familiares, amigos e colegas de profissão.


Segundo o responsável, o Ministério da Cultura está a prestar à família de Diabick todo o apoio necessário para a realização de um funeral digno, respeitando todos os princípios tradicionais familiares em relação ao óbito. 
O Ministério da Cultura, disse, não podia ficar isento dessa situação que é uma perda grande para mercado musical, uma vez que Diabick foi um dos músicos que muito trabalhou para a valorização e preservação da música angolana, em geral, e em particular a da sua terra natal, Lobito.
O presidente em exercício da União Nacional dos Artistas e Compositores (UNAC), Santo Júnior, disse que a informação da morte do músico surpreendeu os membros da instituição, uma vez eram sempre informados sobre o estado de saúde do músico natural de Benguela.
Santos Júnior revelou que, no ano passado, a UNAC escreveu para o Ministério da Cultura solicitando a sua intervenção para o caso e teve um feed back positivo.
“A UNAC enviou ao Ministério da Cultura o relatório médico que solicitamos à Junta Médica do Ministério da Saúde no sentido de conseguirmos uma Junta Médica para suporte das despesas da doença de que Diabick padecia”, disse Santos Júnior, que rematou, “o país perdeu uns dos grandes ícones da música nacional, por tudo que fez na preservação e divulgação da canção angolana no país e no estrangeiro.”

Músicos huilanos



A morte do autor de “Margarida” chocou a classe artística nacional. Os artistas huilanos consideraram, no Lubango, província da Huíla, que a morte do músico traz um vazio irreparável na música e na cultura nacional.

Ao tomarem conhecimento do passamento físico do cantor, os artistas foram unânimes em sublinhar que Diabick era um ícone incontornável da cultura angolana, por isso as suas canções jamais serão esquecidas.

O músico e compositor Jingongo Ubeka disse que tinha esperança da recuperação do artista e, quando soube por meio das redes sociais, ficou chocado.

Segundo Jingongo Ubeka, é importante que as suas músicas sejam eternizadas pela classe artística do país e não só, no sentido de a sua obra viver para sempre e servir de inspiração à nova geração de músicos.

José Mariano Santos, com 30 anos de carreira musical, sublinhou que Diabick era um artista exemplar, por saber partilhar com os colegas nacionais e estrangeiros em palco e demonstrar ser um cidadão puro.

O coordenador provincial da Huíla da União dos Artistas e Compositores Unac, Serafim Afonso, exprimiu em nome dos artistas huilanos o seu pesar, considerando uma grande perda. A directora provincial da Cultura, Maria Marcelina Gomes, referiu que Angola está a perder anualmente artistas de renome.

Diabick nasceu na província de Benguela onde deu início à carreira. Emigrou para Luanda onde a sua carreira artística ganhou outra projecção, depois de ter vencido uma edição do concurso de descoberta de talentos denominado “Explosão Musical”, produzido pela Televisão Pública de Angola, onde interpretou a canção “Menina feia” e passou a integrar o conjunto SOS como vocalista principal.  Diabick notabilizou-se no mercado nacional nas décadas de 80 e 90, com sucessos como “Barona”, “Menina feia” e “Margarida”.

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