Os músicos interessados em conquistar mais espaço no mercado internacional têm mais três dias para o fazerem através do projecto “Vis a Vis”, cuja primeira fase encerra com espectáculos, dias 24 e 25, no Cine Atlântico, em Luanda.
Actualmente estão inscritos 20 músicos nacionais, entre particulares e bandas, informou ontem, o director nacional de Acção Cultural, Carlos Vieira Lopes, que quer uma maior adesão. Entre os inscritos, disse, constam nomes como Zé Kafala, Wiza, Kituxi, Sandra Cordeiro e a banda Akapana.
Resultante de uma parceria entre o Ministério da Cultura e o Consórcio Casa África, a 8.ª edição do festival “Vis a Vis” está aberto a todos os músicos. Para facilitar a inclusão do maior número possível de artistas, a Direcção Nacional de Acção Cultural está dar explicações. “É importante que todos participem.”
O festival que decorre pela primeira vez em Angola, no âmbito de um acordo de parceria assinado a 22 de Fevereiro deste ano, tem o objectivo de internacionalizar a música angolana junto do público espanhol, em particular, e europeu, em geral. Outra meta é incentivar o intercâmbio e a troca de experiências entre os profissionais de ambos os países.
Carlos Vieira Lopes explicou que a organização do festival pretende seleccionar 12 artistas de vários estilos para participar no “Vis a Vis”. O projecto conta também com a colaboração de directores de festivais europeus, promotores musicais e de jornalistas espanhóis que chegam a Luanda nesta segunda-feira.
Os músicos seleccionados, referiu, participam numa digressão a Espanha, no próximo mês de Julho. Os interessados devem enviar as suas gravações ao endereço electrónico www.angolavisavis.com.
Depois desta fase de selecção, explicou, os músicos escolhidos têm muitas hipóteses de serem convidados para os principais festivais de Verão da Espanha. “É um intercâmbio que tem como foco a internacionalização da música nacional e o fortalecimento da indústria cultural”, esclareceu.
Direitos de autor
A actual situação dos direitos de autor é o tema de um seminário, que é realizado no dia 23, na antiga sede do Ministério da Cultura, sito na Largo António Jacinto, em Luanda, pela Direcção Nacional de Acção Cultural. As palestras são proferidas por especialistas espanhóis e dirigidas aos músicos e representantes de grupos. O propósito do seminário é aproveitar a experiência espanhola, no domínio dos direitos autorais e transmitir conhecimentos aos criadores nacionais sobre a matéria em causa. Para o encontro foram convidados a participar membros da Direcção Nacional de Direitos de Autor e Conexos (DNDAC), da Sociedade Angolana do Direito de autor (Sadia) e da União Nacional dos Artistas e Compositores- Sociedade de Autores (UNAC-SA).
A primeira edição do festival “Vis a Vis” teve lugar em Dakar, capital do Senegal, em 2010. Nos anos seguintes passou pela Cidade da Praia, Cabo Verde (2011), Adis Abeba, Etiópia (2012), Joanesburgo, África do Sul (2013), Zanzibar, Tanzânia (2014), Dakar, Senegal (2015) e Abidjan, Costa do Marfim (2016). Em Angola chega como um encontro profissional entre promotores culturais espanhóis e músicos africanos, que a Casa África organiza há sete anos no continente africano.
A Casa África é um consórcio internacional, que conta com o apoio do Ministério das Relações Exteriores e de Cooperação de Espanha, a Agência Espanhola de Cooperação para o Desenvolvimento, o Governo das Ilhas Canárias e a Prefeitura da Las Palmas de Gran Canária.
A instituição tem como objectivo impulsionar acções e projectos que contribuam para o melhor conhecimento e o desenvolvimento das relações entre as sociedades africanas e europeias.
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