(Luanda, 23 de Março de 2017)
Excelência, Senhor Presidente da Assembleia Nacional Excelências, Senhoras e Senhores Deputados.
Excelências, Senhoras e Senhores Auxiliares do Titular do Poder Executivo.
Minhas Senhoras e meus Senhores.
Desta Tribuna, sou a lançar um veemente apelo, a quem de direito, no sentido de ser resolvido, com urgência, o pagamento aos bolseiros angolanos, no Reino de Marrocos, dos oito meses em atraso, dos seus subsídios de bolsas de estudo. É uma irresponsabilidade, um governo deixar jovens, num país estrangeiro, entregues a sua sorte, sem dinheiro, durante oito meses. Como é que eles pagam o alojamento? Como é que o governo pensa, que eles comem? Era de dilacerar o coração, ouvir na rádio, o lamento daquelas jovens angolanas, apelando por socorro. Fazendo-nos lembrar que são jovens, mulheres, sem dinheiro, com fome, sem alojamento.
O nosso apelo é extensivo a todos os bolseiros angolanos, que em outros países, se encontrem na mesma situação.
O Grupo Parlamentar da CASA-CE foi esta semana surpreendido, com declarações bombásticas, através das redes sociais, de Sua Excelência o senhor Ministro da Defesa Nacional de Angola, que apreciaríamos que não fossem verdadeiras, apesar de termos ouvido a sua voz, que tendo se deslocado à Moçambique, portador de uma mensagem do senhor Presidente da República de Angola ao seu homólogo moçambicano, chamou às forças políticas da oposição, de Moçambique e da África Austral, em geral, de malandros, quando apelava para a unidade dos antigos movimentos de libertação da Região da SADC, hoje transformados em Partidos Políticos, para combaterem a oposição.
Essa atitude, do senhor Ministro da Defesa Nacional de Angola, de ofender, publicamente, órgãos políticos de países estrangeiros amigos, e de interferir, nos seus assuntos internos, mostra que o mesmo não está talhado para o desempenho das mais altas funções de Estado. Mostra, que é contra o multipartidarismo e que continua apegado ao espírito do partido único. Mostra, que não entende o que é a essência da democracia. Rotula-nos, a todos da oposição, como sendo malandros, como pressuposto para “ extinguir as nossas raças, da face da terra”, usando uma expressão que ele utilizou, no comício do Cazenga, em Luanda, quando, invocando o Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, prometeu um combate sem tréguas aos traficantes de drogas. Mas vejam só, de que figura se lembrou?
traficantes. Não estamos a favor de extinguir raças, da face da terra. Esse tipo de linguagem, deve merecer acompanhamento e a nossa atenção, para sabermos bem, que homem está por detrás dela.
Quanto aos malandros, porquê que não diz uma palavra sobre os malandros que faliram o BESA e os malandros denunciados pela SIC, no programa, assalto ao Castelo, Nº 3”?
E como é que um Ministro, vai com fundos públicos, numa missão oficial, fazer política lá fora, imiscuindo-se nos assuntos internos de outros Estados e dizer essas barbaridades?
Malandros é o que há demais, no poder, Senhor Ministro da Defesa Nacional. Malandros que gastam elevadas somas de dinheiro, para construírem estradas que não duram sete anos. Malandrecos, que usam a comunicação social pública, em benefício de um só Partido Político, violando a lei e a Constituição da República.
Se quer, como pretende, fazer uma cruzada contra os malandros, não necessita de viajar para tão longe, senhor Ministro. Malandros, Malandrões e Malandrecos, são quase o ar que Vossa Excelência respira.
Pois que, alguém lembre ao senhor Ministro, que é só isso, o que ele é: Ministro! Candidato e estatuto de candidato, só depois de convocadas as eleições e depois da aprovação das candidaturas pelo Tribunal Constitucional.