A OPEP emite relatórios sobre a produção de cada país membro periodicamente, recorrendo a fontes secundárias para evitar que as informações fornecidas oficialmente não colidam com a verdade e, o último é claro sobre a nova liderança da lista que mais crude produz no continente africano: Angola lidera.
Com uma produção estimada no último mês de 1, 651 milhões de barris por dia (bpd), Angola passou a Nigéria, tendo este país, considerado aquele que tem mais potencial e maiores reservas, para trás com 1, 604 milhões bpd.
Mas estes números são retirados das tais fontes secundárias, o que normalmente corresponde às informações recolhidas por carregamento assinalado pelas companhias, porque se a OPEP atendesse aos números oficiais, estes seriam diferentes, informando a organização que Angola reportou oficialmente 1, 615 milhões bpd, menos 36 mil, enquanto para a Nigéria se quedou pelos 1,576 milhões bpd.
Mas esta corrida só tem importância porque actualmente a OPEP e alguns países nãomembros estão a travar uma "guerra" para fazer os preços do barril subirem através de um corte substancial na produção, assinado em Novembro último, onde o cartel e, essencialmente, a Rússia, se comprometeram a reduzir a sua produção diária em 1, 8 milhões bpd, mais 300 mil bpd que a procura média existente na altura.
E também para obter uma referência para a retoma da normalidade em alguns países, como é o caso da Nigéria, cuja crise provocada pela queda abrupta do preço do barril em meados de 2014 levou a eclosão de uma profunda crise económica, a ponto de a OPEP ter aceitado que este país ficasse de fora das obrigações de reduzir a produção, o que, aparentemente está a ajudar de forma significativa a economia nacional.
Mas há ainda outra razão. É que a Nigéria, cujo potencial extractivo é muito superior ao angolano, debatese com uma prolongada guerrilha no Delta do Níger, onde estão concentradas as maiores refinarias e as maiores reservas do país, mas onde também grupos de guerrilha atacam as estruturas petrolíferas para reivindicar maiores investimentos do Estado na região, uma das mais pobres do país e com maiores problemas ambientais.
E sempre que este país ultrapassa Angola, esse dado coincide com uma acalmia das guerrilhas do Delta do Níger ou foi assinado um novo acordo de paz entre Abuja e as guerrilhas.
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