O presidente da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA), Isaías Samakuva, afirmou que ao fim de quase 15 anos de paz em Angola, o país "está longe" de ser uma "democracia autêntica".
O presidente da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA), Isaías Samakuva, afimou esta segunda-feira que ao fim de quase 15 anos de paz em Angola, o país “está longe” de ser uma “democracia autêntica”.
“Avançamos muito menos do que os tempos permitem. Estamos ainda distantes da instauração institucional e da prática dos requisitos mínimos de uma democracia autêntica”, afirmou Isaías Samakuva, na abertura das VI jornadas parlamentares da UNITA, que arrancaram esta segunda-feira em Luanda, as últimas antes das eleições gerais de agosto.
O líder da UNITA apontou que em Angola ainda se registam “atos violentos resultantes da não-aceitação das opções políticas dos outros”, apesar do fim da guerra civil, em abril de 2002.
“Como povo, ainda não conseguimos assegurar bem a continuidade e o hábito das formas de convivência política”, admitiu o líder do maior partido da oposição angolana, sublinhando ser necessária uma “grandeza patriótica” para preservar a paz no país.
“Os nossos netos e bisnetos, reconciliados com a paz e a democracia, reterão do período da guerra entre irmãos apenas uma pálida e vaga ideia daqueles tempos obscuros da nossa história”, disse Samakuva.
Num olhar a atual situação socioeconómica do país, o presidente da UNITA considerou que a governação angolana preocupou-se sobretudo em controlar a economia do país, retirando proveito dos cargos públicos.
“Ao invés de realizar a missão que a nação que lhes confiou, os órgãos de governação e o grupo social que os controla resolveram utilizar os lugares que ocupam para engendrar esquemas sofisticados de desvios de erário público constituindo cartéis para controlar a economia”, acusou.
Estas jornadas parlamentares da UNITA tiveram início esta segunda-feira e decorrem até quarta-feira, sob o lema “Pela cidadania, transparência e boa governação”.
“O compromisso da UNITA com a paz e a democracia é irrenunciável e irreversível, vamos resistir por todos os meios democráticos e pacíficos a todas as manobras e artifícios que visam mascarar, corromper ou destruir a democracia. Vamos denunciar a subversão e a corrupção políticas”, concluiu Isaías Samakuva.
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