Filomeno Vieira Lopes pede à diplomacia angolana explicações sobre o voto na ONU e o actual estado das relações com Jerusalém.
O Bloco Democrático (BD) pediu ao governo para esclarecer o estado actual das relações com Israel, isto depois daquele país ter ameaçado suspender os vários programas de ajuda assinados com Angola.
Falando à Radio France Internationale (RFI), Filomeno Vieira Lopes, membro da comissão política do BD, lembrou que a eventual ruptura diplomática não passou de uma ameaça, pelo que são necessários esclarecimentos adicionais.
“Israel não apresentou um documento formal que pudesse levar a uma ruptura de ligações. Existe uma ameaça concreta neste sentido e o próprio governo angolano acabou por não esclarecer, perante a opinião pública, as razões da sua tomada de posição”, disse.
A ameaça de Israel surgiu depois da resolução do Conselho de Segurança da ONU condenando os colonatos da Palestina, texto que teve o voto favorável de Angola.
Filomeno Vieira Lopes lembrou o exemplo de outros países, como os Estados Unidos, que fundamentaram “muito desenvolvidamente” o seu voto na ONU, por oposição ao silêncio do Ministério das Relações Exteriores de Angola.
“A nossa política externa, ao contrário daquilo que acontece em muitos países, não é consensual, é partidária. Não é desenvolvido um pensamento nacional em torno da política externa, o que torna difícil compreender o que é que o executivo num dado momento faz”, argumentou o economista.
O eventual congelamento dos programas de ajuda está ainda em estudo, tal como deu conta na passada semana o porta-voz do ministério israelita dos Negócios Estrangeiros, Emmanuel Nahshon.
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Angola x Israel, embaixada angola israel.