Editorial não poupa críticas à actuação portuguesa, em particular no caso que envolve Luaty Beirão. Isabel Moreira, deputada do PS, é um dos principais alvos.
O editorial natalício do Jornal de Angola, controlado pelo Estado angolano, assinado pelo seu director, José Ribeiro, não poupa críticas a Portugal e às suas “elites”.
Iniciando o texto com uma reflexão sobre a instabilidade política que assolou a comunidade internacional nos últimos meses, como por exemplo a eleição de Donald Trump ou o “Brexit”, José Ribeiro apela à unidade interna de Angola para que “nunca mais estraguem o Natal aos angolanos”, lê-se no artigo.
E é aqui que começam as críticas à actuação de Lisboa: “Quarenta e um anos depois da independência de Angola, as elites portuguesas continuam a tratar-nos com má educação, como se ainda fôssemos seus escravos”, acusa o director do Jornal de Angola. Isto devido à “forma execrável” como Portugal tratou o caso que envolve o “cidadão português Luaty Beirão”, que é acusado “de crimes graves em Angola” e que “tinha como fim último mobilizar forças para a realização de actos de violência e de terrorismo muito semelhantes aos praticados em Paris, Nice, Berlim”.
“As punhaladas portuguesas são históricas”, continua José Ribeiro. Em particular, a intervenção da deputada do PS Isabel Moreira, filha de Adriano Moreira, “antigo ministro do Ultramar”, recorda o editorial. A deputada socialista classificou o regime de José Eduardo dos Santos, na Assembleia da República e na presença de Luaty Beirão, de “ditadura brutal”.
Sobre isto escreve-se que “a Assembleia da República Portuguesa tem todo o direito de acolher de braços abertos o cidadão português Luaty Beirão. Tem até o direito de o receber com mais cordialidade do que tratou o chefe de Estado angolano, alvo também da falta de educação recorrente dos nervosos deputados portugueses em relação aos estrangeiros”. No entanto, Ribeiro avisa que "quando a Assembleia da República Portuguesa e o Governo português apenas recebem bem os inimigos da paz em Angola não podem dizer que as relações com Angola são fraternas. Aos irmãos não se apunhala pelas costas”.
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