sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Trump prepara papel especial para o genro na Casa Branca



Três filhos do novo presidente e o seu genro poderão vir a ter funções oficiais na nova Administração.

Uma série de encontros ao longo do dia, a hipótese de três dos seus filhos e de o genro desempenharem importantes funções no quadro da nova Administração (o que implicaria a autorização para terem acesso a informação secreta ao mais alto nível) estiveram ontem no centro das notícias sobre Donald Trump. Entre os encontros estava uma inesperada reunião "informal" com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, marcada para a Torre Trump em Nova Iorque.

O encontro com Shinzo Abe será o primeiro de Trump com um dirigente político estrangeiro em funções.

A ideia do encontro, em que estaria o vice-presidente eleito, Mike Pence, surgiu durante o telefonema em que Shinzo Abe felicitou o republicano pela vitória e mencionou que estaria de passagem por Nova Iorque esta semana. De acordo com o The Washington Post, que cita fontes próximas de Trump, o governante nipónico sugeriu um encontro, a que o novo presidente teria retorquido que "isso seria formidável!". No entanto, o encontro estava a ser olhado com perplexidade por passar ao lado do Departamento de Estado, o que a equipa de Trump justificava com o facto de "Obama ainda estar em funções", afirmou a diretora da campanha, Kellyanne Conway.

Durante a campanha, Trump teve declarações controversas sobre o Japão, dizendo que este país devia consagrar uma maior percentagem do PIB às despesas de Defesa, e teve igualmente palavras contra um acordo de livre comércio na região Ásia-Pacífico. Existem ainda importantes bases militares americanas no Japão, cujo estatuto o novo presidente poderia querer renegociar.

Mas o que ontem causava maior controvérsia era a notícia de que o genro de Trump, Jared Kushner, casado com Ivanka, teria um papel central na Casa Branca quando o novo presidente se mudar para lá em janeiro. Kushner, de 35 anos, poderia ser conselheiro ou assessor especial, o que implicaria ter acesso a informação particularmente sensível em termos de segurança nacional. A hipótese de ser difícil ou mesmo impossível de obter as autorizações necessárias para o acesso àquele tipo de informações, poderia levar Trump a optar por um plano B, colocando Kushner fora do círculo oficial, mas ainda assim com acesso direto ao presidente e com ampla latitude de movimentos, segundo o The Wall Street Journal, que cita fontes próximas do genro de Trump.

Os obstáculos semelhantes aos enfrentados por Kushner preveem-se para Ivanka, Eric e Donald Trump Jr., que já ocupam, como o primeiro, posições de destaque na equipa de transição do presidente eleito.

Entre os encontros de ontem, estava um com o antigo secretário de Estado Henry Kissinger, de 93 anos. No fim de semana, Trump reúne-se com Mitt Romney, candidato republicano derrotado em 2012, e concorreu às primárias deste partido, tendo sido um crítico duro do presidente eleito.

DN


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