Manuel Rabelais, director do Gabinete de revitalização e Execução da Comunicação Institucional e Marketing da Administração (GRECIMA), falava aos jornalistas à margem da conferência de imprensa realizada pelo director da Unidade Técnica para o Investimento Privado(UTIP) da Casa Civil do Presidente da República.
"Ninguém pode ser beneficiado por ser filho do Presidente ou de outra pessoa qualquer que tenha cargo público. Se isto é certo também é certo que não pode ser prejudicado por isso. Defender o contrário é subverter o princípio da igualdade consagrada na Constituição", salientou Rabelais quando lia uma declaração em alusão às contestações levantadas à nomeação da empresária Isabel dos Santos para cargo de presidente da companhia petrolífera estatal, Sonangol, a 05 de Junho.
Nesse sentido, o ex-ministro da Comunicação Social referiu que Isabel dos Santos tem provas dadas em matéria de gestão de empresas dentro e fora do país, sendo que é uma das empresárias angolanas melhor sucedidas.
"(Isabel dos Santos) possui empresas cotadas em bolsas internacionais e, numa altura difícil como a que estamos a viver, em que precisamos rapidamente de recuperar a eficácia da Sonangol, baixar os custos de produção do petróleo e capitalizar os seus activos, a experiência da engenharia Isabel dos Santos no desenvolvimento dos projectos sustentáveis e as fortes relações empresariais internacionais que possui, certamente foram determinantes para a escolha do Presidente da República", observou.
"Não houve com esta nomeação nenhuma e qualquer intenção de favorecer a engenheira Isabel dos Santos. Até, pensamos, muito pelo contrário, a aceitação do cargo obrigou Isabel dos Santos a afastar-se da gestão das suas empresas precisamente para evitar conflitos de interesses, para poder dedicar-se a tempo inteiro à gestão da Sonangol, colocando em primeiro lugar os interesses do país", frisou.
Na declaração proferida Manuel Rabelais realçou ser também do conhecimento público que a Sonangol está em grandes dificuldades e praticamente em falência técnica e daí a razão da nomeação da primogénita de Eduardo dos Santos na liderança da petrolífera nacional.
"Estamos convencidos que os resultados da sua gestão irão dar razão à escolha feita", concluiu.
Relativamente a uma manifestação prevista para os próximos dias no sentido de protestar a nomeação da nova presidente da Sonangol remeteu a decisão ao pronunciado do Tribunal Supremo, embora seja um direito institucionalmente consagrado na Constituição.
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