domingo, 6 de novembro de 2016

Moxico: A maior provincia de Angola é tambem a pior



Nelson Mucazo Euclides, de 28 anos, é natural de Luena, capital da província do Moxico. Ele estuda Direito em Luanda, no Instituto Superior de Ciências de Administração e Humanas, porque o curso não é oferecido no Moxico, na Escola Superior Politécnica adstrita à Universidade José Eduardo dos Santos (UJES).
Euclides explica que a Escola Superior Politécnica oferece apenas os cursos de Matemática, Química, Física, Geografia, Enfermagem Geral, Laboratório Clínico, Informática e Computação. Quem quiser estudar Direito, Economia, Sociologia tem que se deslocar para outra província.
O Moxico é a maior província de Angola, com uma área de 223 023 km², e cerca de 750 mil habitantes. O governador da província é João Ernesto dos Santos, que já está no cargo desde 1991. Em Angola, o Presidente é quem nomeia e exonera o Governador.
“Aqui as coisas são muito difíceis de entender," diz ele.
Euclides, que tem esposa e filhos, descreve a condição precária na qual os cidadãos da província vivem. Segundo ele, não há universidade privada nem biblioteca. Também não há boas estradas, nem salas de aula suficientes para crianças, ou ainda áreas de lazer e entretenimento para jovens e adultos.
"O jovem do Moxico, se não tiver uma namorada não tem outra diversão, porque às 18 horas precisa ir dormir, pois não tem nada para fazer," relata.
Além disso, Euclides ainda não conseguiu resolver o problema do Bilhete de Identidade (BI) vencido. De acordo com ele, algumas pessoas já começaram a receber o BI na província, e ele aguarda ansioso pelo documento.
Confira a entrevista na íntegra e não deixe de ver a galeria de fotos que mostra a situação actual dos angolanos na província do Moxico.

Violencia no Moxico

Dárcio Soares, de 28 anos, é pai de família e trabalha na área da saúde em um município da província do Moxico.
Ele não quer ter o seu nome verdadeiro revelado por medo de represálias porque quer falar sobre a violência no município do Luau, Moxico.
De acordo com Soares, no ínicio do mês de Outubro um militar das Forças Armadas assasinou a mulher, os dois filhos e a própria mãe.
Soares quer que a justiça seja cumprida e o caso seja investigado.
“Eu sou religioso. Ninguém pode tirar a vida do outro”.
Confira a entrevista na íntegra para saber mais sobre os assassinatos.

VOA
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