Cerca de 1800 dos 1900 trabalhadores da empresa Transportes Colectivos Urbanos de Luanda - TCUL - estão em greve desde 18 de Dezembro, para reclamar nove meses de salários em atraso e seguros de saúde entre outras reivindicações.
tráfego já por si caótico nas ruas de Luanda é agravado nesta época festiva, pelo que a greve nos Transportes Colectivos Urbanos de Luanda está a criar "graves constrangimentos", segundo Domingos Epalanga, porta-voz dos grevistas que afirma que 95% dos trabalhadores da TCUL estão em greve
Desencadeada inicialmente de forma parcial a 18 de Dezembro, desde 22 do mês corrente o movimento transformou-se em greve geral, devido à total ausência de diálogo por parte da direcção da empresa e do Ministério dos Transportes.
Domingos Epalanga refere que "a tutela e o conselho de administração relegaram-se a um silêncio ensurdecedor...os trabalhadores estão enfurecidos, há tendências de que mais de duas centenas pretendem começar uma greve de fome...para pressionar o patrão a se pronunciar"
Segundo este sindicalista "aproximadamente duas dezenas de trabalhadores da TCUL faleceram ao longo do ano, numa média de 1.7 / 1.8 de trabalhadores mortos por mês" em consequência directa da ausência de salários, Domingos Epalanga apela a se "criarem condições profícuas, para começar já com negociações e encontrar formas mais apropriadas para resolver a situação, sem aguardar que haja mais mortes".
Domingos Epalanga que é também secretário-geral adjunto do núcleo sindical da TCUL, alerta ainda para o facto de que "colocar um condutor altamente desmotivado, doente, com sérios problemas sociais decorrentes da falta de salário...ser um suicídio implícito" e denuncia que devido à ausência de salários dezenas de filhos de trabalhadores perderam o ano escolar, enquanto trabalhadores doentes não conseguem comprar os medicamentos de que necessitam.