AUGUSTO CAMPOS LUANDA, 22 Dezembro 2015:
O Governo de Benguela não paga os subsídios aos agentes da autoridade tradicional 14 meses por falta de recursos.
No discurso de encerramento de 2015, o governador da província admitiu que as limitações do momento impõem muitas ginásticas, com prejuízos para as cerca de 1700 autoridades tradicionais inscritas.
As limitações são extensivas ao sector da Saúde, que confronta a escassez de medicamentos e de bens alimentares para doentes.
Ante membros do seu Governo e de representantes da sociedade civil, Isaac Maria dos Anjos revelou que a diferença entre a verba existente e a necessária dá lugar à exclusão de muitos agentes da autoridade tradicional.
De acordo com o governador, 2015, ano marcado pela conclusão do processo de bancarização de subsídios para sobas e regedores, está a descortinar dificuldades que se arrastam desde 2011.
“Esta diferença faz com que tenhamos de acumular atrasados, ascendendo, em alguns casos, há mais de catorze meses. Muitas autoridades tradicionais não foram inseridas no sistema”, admitiu o governante.
Há quatro meses, o vice-presidente da República Manuel Vicente chegou a garantir que as dificuldades económicas e financeiras não colocariam em causa os serviços sociais básicos.
A verdade, tendo em conta as revelações do governador de Benguela, mostra o contrário.
O sector da Saúde é a demonstração de que os cidadãos terão não só de continuar a apertar os cintos, mas de abrir os cordoes à bolsa para apoiar o Estado.
“Deparamo-nos com uma diminuição de oferta de medicamentos e de alimentação. Também não conseguimos pagar a estada de quadros estrangeiros, o que afecta o tecido empresarial. Faço, por isso, um apelo à população beneficiária, o objectivo é que não falte medicamento nem assistência médica”, concluiu o governador de Benguela.