quinta-feira, 19 de novembro de 2015

MEXICANA FOI VIOLADA 43.200 VEZES



AUGUSTO CAMPOS | LUANDA, 19 Novembro 2015:

Karla Jacinto fez parte do mercado altamente lucrativo do tráfico de seres humanos no México. Cresceu numa família disfuncional e, com 12 anos, começou a ser abordada por um rapaz, de 22 anos, pelo qual se apaixonou.

Karla conta que não foi custoso deixar a casa de família e que, passado pouco tempo, começou a viver com o namorado, em Tanancingo. Trata-se do maior centro de tráfico humano e o local para onde as raparigas costumam ser levadas antes de serem forçadas a prostituir-se.

"Vivi com ele três meses, durante os quais ele me tratou muito bem. Trazia-me roupas, dava-me atenção, trazia-me sapatos, flores, chocolates, era tudo bonito", relembra Karla, numa entrevista à CNN.

Passados os primeiros três meses, foi levada pelo namorado traficante para Guadalajara, uma das maiores cidades do país, e forçada a trabalhar na prostituição. "Começava [a trabalhar] às 10 horas e terminava à meia-noite", conta. "Alguns homens riam-se de mim por estar a chorar".

Segundo o seu cálculo, terá sido violada cerca de 43 200 vezes. Durante os quatro anos em que foi vítima de tráfico, dormia, em média, com 30 homens por dia, sete dias por semana.

Tentou ir embora, mas não conseguiu. "Disse-lhe [ao namorado] que me queria ir embora e ele acusou-me de me ter apaixonado por um cliente. Disse-me que eu gostava" do trabalho que fazia.

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