O Caminho de Ferro de Luanda (CFL) transportou em média, por dia, no primeiro semestre de 2015, mais de 10.000 passageiros, e praticamente o equivalente às mercadorias movimentadas durante todo o ano anterior.
Os números foram revelados hoje, em Luanda, pela administração da empresa pública no lançamento de um livro para assinalar os 127 anos do comboio na capital angolana, a 31 de outubro de 1888, dando conta do transporte, no primeiro semestre do ano, de 1.820.760 passageiros em todas as linhas.
O CFL liga o centro de Luanda a Malange, província no interior norte de Angola, num percurso de 428 quilómetros reabilitado em 2011 por empresas chinesas após o fim da guerra civil.
Nesse percurso, com alterações pontuais no traçado atual, foram transportados 946.606 passageiros em 1973. Esse disparou para 3.418.978 passageiros, em 2014, e poderá ser novamente ultrapassado este ano, face aos dados do primeiro semestre.
Já no movimento de carga, que esteve na génese da criação da ligação até Malange há mais de século, para permitir a exportação da produção local por via marítima (porto de Luanda), permanece muito distante do registo do período colonial.
Em 1973 era de 301.376 toneladas, em 2014, já em recuperação, ficou-se nas 50.771 toneladas, enquanto no primeiro semestre deste ano já atingiu as 47.710 toneladas de carga.
O CFL conta atualmente com 17 locomotivas, 96 carruagens e 204 vagões, mas o ministro dos Transportes angolano, presente na cerimónia de hoje, prometeu um investimento na modernização daquela empresa pública, formação dos profissionais e na compra de material circulante à China, Europa e Estados Unidos.
"Para dar resposta à procura na capacidade de resposta interna. Com maior capacidade de transportação e velocidade comercial", apontou o governante angolano.
Augusto da Silva Tomás afirmou que a aposta do Governo na reabilitação das infraestruturas ferroviárias destruídas por quase trinta anos de guerra civil foi "acertada", numa lógica de interação com redes ferroviárias regionais africanas e outros tipos de transporte, nomeadamente marítimo, utilizando os portos nacionais.
"Angola terá no futuro condições favoráveis para se transformar numa grande plataforma logística. E o setor ferroviário desempenhará aqui um papel estratégico fundamental", rematou o ministro.