AUGUSTO CAMPOS | LUANDA, 10 Setembro 2015:
Os socialistas alemães exigiram dos Estados Unidos uma corresponsabilidade para enfrentar a crise migratória na Europa. "Governos ocidentais, sob a liderança dos Estados Unidos, têm desestabilizado regiões inteiras tornando possível e instrumentalizando politicamente o surgimento de organizações terroristas", segundo um documento partidário.
O escrito foi apresentado pelos dois chefes designados da bancada do Partido da Esquerda (Die Linke) no Parlamento alemão, Sahra Wagennecht e Dietmar Bartsch.
Segundo os deputados socialistas, "os bandos assassinos" como é chamado o Estado Islâmico (EI), receberam apoio em forma de dinheiro e armas por parte de países aliados da Alemanha.
Graças a isso, "milhões de pessoas sofreram as consequências de brutais guerras e conflitos civis", assinala o documento ao qual a agência cubana de notícias Prensa Latina teve acesso.
Simultaneamente, Sahra e Bartsch previram um aumento do número de refugiados na Europa procedentes de regiões em guerra ou conflito.
Para melhorar a situação das pessoas em seus países de origem, precisa-se "uma mudança de rumo na política dominante", acrescentam.
"Quem converte o Oriente Médio em um verdadeiro barril de pólvora por meio de guerras, terror com drones armados, exportações de armas e medidas de desestabilização, também tem a responsabilidade quando milhões de pessoas abandonam seus países", sublinham.
Se o governo alemão tivesse um mínimo de credibilidade, exigiria dos Estados Unidos pelo menos a devolução de uma parte dos custos para solucionar a crise de migração, acrescentam.
Enquanto meios de comunicação alemães tentaram escandalizar a posição antinorte-americana, a maioria dos usuários na Internet apoiaram as declarações dos socialistas.
"Terrorismo e guerra só terminarão se o resto do mundo criar uma aliança contra a política belicista dos norte-americanos", comentou "Saturn" na pagina austríaca krone.at.
Neste momento, o usuário "kurpfaelzer54" acrescentou na página alemã Spiegel On-line: "Apesar de não compartilhar todas as posições destes deputados, neste caso estou de acordo, pois o ex-presidentes (George W.) Bush e Obama têm, sem lhes ter sido dada, a responsabilidade do dilema atual."