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Uma norte-americana foi internada à força, na ala psiquiátrica de um hospital, porque a polícia não acreditava que o carro, de marca BMW, que estava a conduzir era seu. A mulher decidiu processar a cidade de Nova Iorque, não só pelos oito dias que esteve internada, mas por ter de pagar uma conta hospitalar de cerca de 115 euros.
O incidente remonta a setembro do ano passado, mas só na passada quinta-feira, numa entrevista a um canal de televisão, é que Kamilah Brock contou a sua história.
A polícia mandou a bancária, de 32 anos, encostar o carro depois de ter passado um sinal vermelho, no Harlem. Nessa altura, o agente perguntou-lhe por que não estava com as mãos no volante. “Estava a dançar, estava parada no sinal”, explicou a norte-americana, citada pelo Independent.
Em seguida, mandaram-na sair do carro. Foi detida e encaminhada para uma esquadra, onde esteve durante várias horas. Acabou por ser libertada, sem qualquer acusação, mas disseram-lhe que só poderia ir buscar a viatura no dia seguinte.
Quando foi buscar o carro, um dia depois, a polícia disse que não acreditava que o veículo lhe pertencia. Foi algemada e levada, de ambulância, para um hospital no Harlem.
Durante os oito dias que esteve internada na ala psiquiátrica contra a sua vontade, Kamilah Brock foi obrigada a tomar lítio e foi medicada, através de injeções, com pesados sedativos. Relatórios médicos mostram ainda que os funcionários do hospital tentaram fazer com que negasse que o BMW não lhe pertencia, que era bancária de profissão e que um dos seus seguidores no Twitter era o presidente dos EUA, Barack Obama.
O advogado da norte-americana garante que a mulher nunca teve problemas do foro psiquiátrico e alega que esta detenção tem por base critérios racistas. “Se fosse uma caucasiana a reivindicar o seu BMW, teria sido questionada? Teria sido sujeita a comentários sarcásticos? Não me parece. Acho mesmo que a questão racial teve um papel importante nesta história”.