AUGUSTO CAMPOS | LUANDA, 07 Setembro 2015:
DR / JA
O presidente da FNLA, Lucas Ngonda, afastou sábado em Luanda a hipótese de uma extinção do seu partido depois das próximas eleições gerais, previstas para 2017.
De eleições em eleições, o partido fundado por Holden Roberto vai baixando a sua representatividade na Assembleia Nacional, havendo inclusive algumas vozes que vaticinam a extinção da FNLA depois das eleições de 2017, por receio de não conseguir alcançar 0,5 por cento do total de votos.
Em declarações ao Jornal de Angola, no final da primeira reunião extraordinária do bureau político da FNLA, Lucas Ngonda minimizou as vozes que fazem esse vaticínio, sustentando que o partido tem militantes suficientes para garantir o número de votos necessários à permanência do partido na cena política.
“Essa hipótese de extinção já vem desde 1992 (ano em que se realizaram as primeiras eleições no país ). Essa é a vontade dos nossos adversários, mas nós, como militantes do partido, entendemos que a FNLA não se extingue porque todos os seus militantes estão presentes”, disse.
O político foi mais longe ao afirmar que “a extinção da FNLA seria uma desgraça para o país”. Lucas Ngonda sustentou a sua afirmação nos seguintes termos: “Imagine o número de antigos combatentes que o partido tem. Qual seria a força política capaz de retê-los se a FNLA fosse extinta? A extinção da FNLA pode criar situações inesperadas”.
A questão dos antigos combatentes da FNLA foi, de resto, um dos assuntos analisados na primeira reunião extraordinária do bureau político. No final do encontro, o órgão de cúpula da FNLA emitiu um comunicado em que lamenta uma alegada “discriminação notória”, quer na situação da reforma militar quer na exclusão de muitos antigos combatentes do partido na pensão do Ministério de tutela e no Fundo de Pensões. Essa situação, disse, tem provocado uma insatisfação permanente no seio de todos aqueles que se bateram para a libertação do país.
Em relação aos actos de indisciplina praticados por alguns dirigentes, o bureau político da FNLA mandatou o presidente do partido para, nos termos dos estatutos, criar uma comissão de auditoria e disciplina.
O bureau político da FNLA debruçou-se também sobre questões relativas ao quadrante nacional, tendo louvado a iniciativa dos partidos políticos da oposição parlamentar de promover jornadas parlamentares conjuntas nesta terça e quarta-feira.
Tag: Partidos de Angola FNLA, MPLA, UNITA, PDP ANA, PLD, CASA-CE, NOVA DEMOCRACIA
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