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Notícia publicada no dia 14 de Agosto de 2015
| Os deputados estiveram em discussão durante cerca de oito horas. Houve intervenções de vários deputados e o Presidente da Assembleia Nacional, muitas vezes, teve que pedir calma e serenidade aos representantes do povo.
O primeiro a usar da palavra foi o presidente da bancada parlamentar da UNITA, Raul Danda, que considerou que as eleições só seriam justas caso o seu partido ganhasse e que nos actos eleitorais anteriores “houve fraude, porque muitos dos votos foram contados numa situação duvidosa, durante a noite e com um candeeiro”.
Adriano Botelho de Vasconcelos, deputado do MPLA, que ouviu atentamente as palavras de Raul Danda, depois de receber a permissão do Presidente da Assembleia Nacional, referiu que o seu colega da oposição foi ao hemiciclo tirar espaço ao diálogo, porque fez o seu discurso numa óptica de guerra. “Ao afirmar que as eleições só seriam justas quando a UNITA ganhasse e se perder é fraude, isso é grave. São riscos que põem em causa a paz, a democracia e a reconciliação nacional”, disse Botelho de Vasconcelos.
O deputado Jesuíno Silva, do MPLA, lembrou à oposição que aquando da aprovação da lei eleitoral, que ocupou muito tempo de trabalho, “chorámos, abraçámo-nos, mas logo depois do óbito o consenso, depois de sairmos da sala, houve críticas por parte da UNITA e de outros partidos da oposição, dizendo que a lei eleitoral foi deturpada pelo MPLA”, atitude considerada inadmissível quando se trata de pessoas que se dizem representantes do povo.
André Mendes de Carvalho, da CASA-CE, tal como os outros deputados da oposição, criticou “severamente” os órgãos de comunicação social, principalmente a Televisão Pública de Angola, por não transmitir em directo os debates. Mendes de Carvalho opinou que existe uma “bomba-relógio” que “pode explodir a qualquer momento” por falta de transparência durante as eleições. |
Essas palavras foram respondidas pelo deputado do MPLA Pereira Alfredo. “Não esperava ouvir falar do rebentamento de uma bomba-relógio a qualquer momento de um mais velho por quem nutro consideração. Depois da ‘somalização’ do país, voltamos a ouvir isto. Foi melhor não transmitirmos em directo isso hoje, porque senão o povo, que já está habituado à paz, a conviver na harmonia e na diferença, ao ouvir estas declarações de guerra, entrava em pânico.”
André Mendes de Carvalho pediu um ponto de ordem e, sendo-lhe concedido, disse que “falou português” e lamentou que as suas palavras tivessem sido “deturpadas”. Pereira Alfredo respondeu que foi “em português” que ouviu falar e foi “em português” que respondeu.
O deputado do MPLA Virgílio Tyova pediu também ao colega da CASA-CE para não fazer incitações à guerra. André Mendes de Carvalho voltou a pedir um ponto de ordem e, meio irritado, disse: “Não faço declarações de guerra porque não tenho exército. Vocês do MPLA é que têm exército para derrubar a oposição”.
Outro momento quente envolveu os deputados Exalgina Gambôa e Raul Danda. Exalgina Gâmbôa, deputada do MPLA, irritou o presidente da bancada da UNITA, Raul Danda, ao exprimir aquilo de que tem conhecimento do panorama político do país. Sem rodeios, disse que a UNITA deve pedir perdão pelo que fez em Angola e pediu para deixar de planear golpes de Estado e de incentivar os jovens a praticarem estes actos.
Raul Danda pediu um ponto de ordem e, trémulo de raiva e a bater na mesa, disse: “A senhora como mãe não deve dizer essa barbaridade. São acusações graves contra a UNITA. Ela está a faltar com a verdade. Todos os jovens da minha idade sabem quem começou com a guerra. O poder, em 1975, foi imposto ao povo. Ninguém elegeu o MPLA”.
O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando Dias dos Santos, pediu calma, serenidade e coragem para se aceitarem os factos históricos. “É preciso saber que quando atiramos pedras ao telhado alheio, o nosso também pode ser atingido. Temos que ter cuidado, não vamos perder a cabeça”, sublinhou o Presidente do Parlamento. |
Tag: Nova assembleia Nacional de Angola Fotose Imagens.
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