segunda-feira, 3 de agosto de 2015

A ÚLTIMA CARTA DOS SOLTEIROS. PORQUE ESTOU SOLTEIRA ?



AUGUSTO CAMPOS | LUANDA, 03 Julho 2015:

Segue abaixo a carta de uma solteira.

Oi Vivi, quantas perguntas, hein?  Contei pelo menos cinco, incluindo o “tudo bem?”. Isso já é um demonstrativo do porque há tantas mulheres sozinhas, fazem muitas perguntas e a curiosidade, minha cara, pode até não matar, porém costuma provocar danos irreversíveis ao seu relacionamento.
Fico me perguntando o que aconteceria se a curiosidade fosse vendida em maços parecidos com os de cigarros. Será que teriam umas fotos escrotas com mensagens piores ainda? Algo do tipo “Ter curiosidade é prejudicial à saúde do homem” acompanhada de uma foto de um rapaz sem o bilau…
Na verdade a sua pergunta principal se refere ao fato de ter tanta mulher sozinha e, ao que me parece, quando não conseguiu explicações ela deu origem a uma série de deduções. Para facilitar a resposta, vamos responder as deduções.

Existe muita mulher para pouco homem?


Não, cara leitora, não existe. Numericamente os homens estão em desvantagem, porém tem muita mulher que não deveria sequer entrar nas estatísticas. Não estou pregando aqui que toda mulher poderia estampar uma capa de revista masculina, mas você há de convir que tem muita baranga por aí. Isso considerando só o aspecto físico, porque se fomos falar do psicológico, aí sim, teremos muito menos opções ainda.
A mulher não precisa ser a beldade do planeta, não sei se é um fenômeno regional, mas aqui em São Paulo não se salva nem 30%. De cada 10, 8 estão muito escrotas. Não sei se a proporção de escrotice dos homens é igual, mas acredito que não, até porque, mesmo se nós melhorássemos muito ainda assim seríamos ruins.



Nem venha dizer que sou muito exigente, já fiz muita caridade na vida e tenho certeza de que já fizeram algumas comigo também. O que escrevo aqui é um alerta: mulheres, não somos cegos! Não adianta se empanturrar de refrigerante e fast food para depois achar que celulite é coisa que não existe. Já escrevi aqui que homem de verdade não vê celulite, mas para tudo há um limite, não vê se for uma ou outra, agora se estiverem agrupadas para assistir jogo da seleção não tem salvação.
Fora isso boa parte das mulheres têm a síndrome do príncipe encantado! “Mas que porra é essa?” – pergunta a leitora solteirona já muito irritada pelos parágrafos anteriores.
Não sei o que dá na cabeça de algumas que teimam em achar que relacionamento é balança que pende para um lado só. Escuto muito as mulheres reclamarem que só arrumam homens com problemas, é a mãe dele que enche o saco, os filhos do primeiro casamento que atormentam, a conta bancária negativa, o carro que não é o que ELA gostaria e se eu for citar todos essa resposta não acaba antes do ano que vem.
Se o cara não for o príncipe, ele não serve. Prova disso é um raciocínio muito utilizado pelas mocinhas “Não arrumo nenhum homem porque os bons estão casados ou viraram gays”. É um preconceito sobre os solteiros e uma supervalorização dos casados. Eles estão casados porque, em algum momento, uma mulher acordou para a vida e viu que as nuvens não eram feitas de algodão.
Sempre que escuto alguém reclamar que só arruma tranqueira chego até a ser indelicado, porém isso já se espera mesmo de mim, não é? Pergunto à moça o que ela ofereceria para ter o modelo perfeito. Óbvio que quinze entre dez mulheres engasgam nessa hora… Todas querem muito, mas oferecem pouco.

Os homens têm medo de compromisso?


Novamente a resposta é não. Aqueles que têm medo não entram na categoria “homens”, são bananões, frouxos e “homens-placebo”. Volto a falar sobre a balança do relacionamento, dias atrás participei de uma conversa com uma moça muito bonita e um amigo. Naquele dia percebi porque ela estava sozinha. Em poucas palavras me falou que era muito impulsiva e constantemente acabava se arrependendo das decisões. Também me falou que não cozinharia e exigiria que o futuro marido cuidasse sozinho das suas próprias coisas.
O placebo é aquele cara que aceita tudo o que você fala, não te contraria, não se indispõe, finge gostar de todas suas amigas, aceita todos os tipos de cantadas quando você não está por perto, costuma largar a família ao se relacionar com outra mulher, diz que liga mas desaparece, nunca está presente quando a situação aperta, é muito ciumento e não tem a menor idéia do que você deseja dele.
Aí o cara se pergunta: “Se terei que cuidar sozinho de mim, não serei tratado como quero e terei que lidar com uma pessoa que age sem pensar, por que devo me casar? Não seria melhor ficar solteiro?”. Para ter um casamento assim, melhor mesmo seria fazer um tratamento de canal, por semana!
A companhia dela bastaria para compensar a falta de comprometimento com o casal? Sei lá, cada um tem seu preço. Eu, por exemplo, não preciso de uma mulher que saiba 199 maneiras de chupar um cacete, que é o tema preferido das revistas femininas, preciso de uma que saiba fazer costelas de porco assadas e que não me encha o saco. E se a moça que eu gostar não souber? Ensino, ora!
Então Vivi, o cidadão se dá conta de que não está fazendo um bom negócio. Mas, calma, tem muito homem que mesmo assim, aceita casar com esse tipo de mulher. Geralmente os que tomam essa decisão são mais tranquilos, dóceis e submissos. Daí eu te pergunto, essas características tem alguma coisa a ver com o homem que tem “pegada”? Lógico que não, elas são próprias dos homens “bunda moles”! Destes, você encontra aos montes, nem precisa procurar muito.
Reconhecer um frouxo é muitíssimo simples, basta você fazer algo errado e ainda assim brigar com ele. O frouxo fica quieto, mas não ache que deixa barato, mais cedo ou mais tarde ele se cansará disso e será mais um daqueles homens que trocam a esposa por uma que acabara de conhecer em algum bar.

Será que não sobram homens para as mulheres por que existem muitos gays no mundo?

Mais uma vez, a resposta é não. Os gays sempre existiram, não sei se na mesma proporção que hoje, mas que estavam aí, eu tenho certeza. Talvez eles estivessem mais escondidos por causa da discriminação, se obrigando a ter casamentos de fachada e violentando suas essências.
Não acredito que alguém se torne gay porque a mulherada anda mal na concorrência, nem sei se alguém pode “se tornar”, talvez sempre foi.

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