AUGUSTO CAMPOS | LUANDA, 05 Julho 2015:
DR/RA
Presidente francês não fez referência aos direitos
humanos e aceitou transformar a conferência de imprensa numa simples
declaração.
A visita do presidente francês François Hollande a Angola cingiu-se
apenas à questão económica e a uns elogios ao papel de Angola no
Conselho de Segurança das Nações Unidas. Mas o que se escutou mais foi o
silêncio ensurdecedor do líder dos socialistas gauleses sobre a questão
dos direitos humanos.
“François Hollande sacrificou-se à necessidade dos negócios” escreveu ontem o Le Monde,
o mais prestigiado diário francês. “Os negócios valem bem uma escapada
diplomática, por mais embaraçosa que ela seja”, sintetizou o enviado
especial do jornal a Angola, David Revault d’Allonnes, sobre a decisão
do chefe de Estado francês em calar-se sobre a situação dos direitos
humanos em Angola.
O presidente francês passou por Luanda “sem aparentemente insistir
muito em questões de democracia e de direitos humanos,
embora problemáticos nesse país da África Austral onde quinze jovens
trabalhando com estratégias não violentas de protesto contra o poder
foram recentemente presos por ‘rebelião’ e ‘atentado contra o Presidente
da República”, acrescenta o jornalista.
O jornalista faz referência no texto ao erro da tradutora no palácio
presidencial que trocou o nome do presidente francês, chamando-lhe
François Mitterrand, nome do antigo chefe de Estado gaulês, também
socialista, que faleceu em 1996, antes de concluir que sobre direitos
humanos e políticos Hollande apenas se limitou a um simples “o
compromisso com o pluralismo nas eleições programadas” e um “a França
está atenta”.
Mesmo a conferência de imprensa prevista no fim do encontro com José
Eduardo dos Santos acabou por se transformar numa simples declaração,
sem que aos jornalistas fosse dada a possibilidade de colocar questões.
Isto a pedido da presidência angolana.
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