AUGUSTO CAMPOS | LUANDA, 23 Junho 2015:
DR/JN
A polícia moçambicana anunciou, esta
terça-feira, a detenção de um homem na posse de 46 armas AK-47, no
centro do país, que alegou pertencerem à Renamo, principal partido de
oposição, e que pretendia vendê-las por cerca de 1200 euros cada.
"Segundo este (detido), as armas
pertencem à Renamo e ele diz que pretendia vender a cinco mil meticais
cada (cerca de 1200 euros)", afirmou o porta-voz do Comando-Geral da
Polícia da República de Moçambique (PRM), Pedro Cossa, citado pela
Agência de Informação de Moçambique, (AIM), durante a conferência de
imprensa semanal de balanço da atividade policial.
De acordo com Cossa, o homem foi
detido na província de Sofala, centro de Moçambique, uma região com uma
presença significativa de membros do braço armado da Renamo (Resistência
Nacional Moçambicana), por ter funcionado como abrigo das principais
bases do movimento durante os 16 anos de guerra civil, que terminou em
1992.
Em declarações à Lusa na Beira, capital de Sofala, o líder
da Renamo, Afonso Dhlakama, admitiu hoje ter autorizado uma emboscada às
Forças de Defesa e Segurança moçambicanas, em Tete, centro do país,
para evitar uma nova movimentação das suas tropas, pedindo uma comissão
de inquérito parlamentar.
Dhlakama disse que a emboscada ocorreu a
14 de junho, a três quilómetros da base de Mucombeze (Moatize, Tete),
que reagrupa o braço militar do partido, e avançou que dos confrontos
resultaram 45 mortos do lado das forças de defesa e segurança e nenhum
do seu, contrariando dados da polícia que referem apenas um morto e um
ferido.
"Não posso esconder, dei ordens", declarou Afonso
Dhlakama, acrescentando que a sua força se apercebeu da presença das
tropas do Governo a quase cinco quilómetros da base.
O líder da
Renamo disse que o braço militar do maior partido da oposição sofreu
cinco ataques na semana passada, dois em Funhalouro (Inhambane) e em
Guijá e Dindisa (Gaza), no sul do país, sem vítimas, e o quinto em
Mucombeze, distrito de Moatize (Tete).