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AUGUSTO CAMPOS | LUANDA, 11 Junho 2015:
Géssica e Rafael optaram pelo 'distanciamento físico'.
'Nosso relacionamento cresceu demais sem contato', diz esposa.
Dois jovens de Macatuba (SP) recém-casados passaram dois anos namorando à moda antiga. Sem toques e beijos, Géssica Pereira de Freitas dos Santos e Rafael Diego Martins dos Santos tiveram tempo para se conhecer e aprenderam a conversar, a serem amigos e a planejar um futuro juntos. “O nosso relacionamento, quando a gente ficou sem contato físico, cresceu demais. A gente se conheceu muito. A gente teve objetivos juntos, sonhos juntos, porque a gente não tinha o que fazer, você não pode ficar beijando, beijando”, brinca Géssica.
A maquiadora, de 27 anos, e o analista de TI, de 28 anos, começaram a namorar em abril de 2011. Como a maioria dos jovens, eles se conheceram pelas redes sociais, passaram meses conversando, se encontraram e depois do primeiro beijo, começaram a namorar. A diferença é que, mesmo afastada da igreja evangélica, Géssica continuava com seu desejo de casar virgem. Apesar de se beijarem, Rafael entendeu o propósito da namorada.
Quando eles começaram a namorar, Géssica foi a um evento da igreja e decidiu que se fosse para continuar com Rafael seria do jeito que Deus planejava. “Eu falei para Deus que se fosse para gente continuar o namoro era para o Rafael se converter sem eu nem falar nada.” Rafael, que é de família católica, mas já não frequentava religião, também decidiu que os dois teriam um “namoro santo”, como é chamado o relacionamento sem beijos e toques. “Eu fui chorando, aquilo foi extremamente bizarro, porque eu ia contra tudo e de repente eu estava lá”, lembra Rafael.
Quando eles começaram a namorar, Géssica foi a um evento da igreja e decidiu que se fosse para continuar com Rafael seria do jeito que Deus planejava. “Eu falei para Deus que se fosse para gente continuar o namoro era para o Rafael se converter sem eu nem falar nada.” Rafael, que é de família católica, mas já não frequentava religião, também decidiu que os dois teriam um “namoro santo”, como é chamado o relacionamento sem beijos e toques. “Eu fui chorando, aquilo foi extremamente bizarro, porque eu ia contra tudo e de repente eu estava lá”, lembra Rafael.
Mas o processo não foi simples. O casal demorou dois anos até parar
totalmente com os beijos e abraços mais apertados. Até então, os dois
sentiram na pele o sofrimento de resistir às tentações. “Nós vivíamos no
limite. Qualquer beijo a mais já era difícil segurar”, lembra Géssica.
Rafael conta que não casou virgem, mas já estava cansado das
experiências que teve. “Para mim, liberdade era fazer sexo com quem eu
queria, era não ter que dar bom dia no dia seguinte, mas eu me vi em um
ponto de me machucar com isso. E eu sei o quanto eu mudei com isso. Para
mim, namoro era só uma forma de conseguir sexo mais fácil. Depois
percebi que é um caminho para o casamento.”
Namoro santo
Depois que decidiram se guardar para o casamento, os dois passaram dois anos sem qualquer toque e o estranhamento aconteceu. “Para cumprimentar nós não sabíamos o que fazíamos. Porque a gente tinha mania de se beijar, era normal. A hora que ia beijar para falar tchau, nós parávamos e falávamos: E agora? Beija ou não beija?” conta Géssica. “A gente não sabia mais o que conversar”, lembra Rafael.
Depois que decidiram se guardar para o casamento, os dois passaram dois anos sem qualquer toque e o estranhamento aconteceu. “Para cumprimentar nós não sabíamos o que fazíamos. Porque a gente tinha mania de se beijar, era normal. A hora que ia beijar para falar tchau, nós parávamos e falávamos: E agora? Beija ou não beija?” conta Géssica. “A gente não sabia mais o que conversar”, lembra Rafael.
Foi então que eles começaram a reaprender o que fazer no relacionamento
e a conversar mais e a encontrar no outro os objetivos em comum. Para o
casal, foi como se eles tivessem que se conhecer de novo e ter respeito
pela decisão e um pelo outro. “Quando os relacionamentos são baseados
no físico e a atração acaba, acaba o objetivo e por isso que muitos
relacionamentos acabam”, acredita Géssica.
E quase na hora do casamento, ainda faziam questão de esperar, mas
precisavam treinar para o dia do casamento. Nas fotos de ensaio tiveram
que dar alguns beijos, mas não sabiam como agir. “Parecia que a gente
estava se empurrando. Elas mandavam nos abraçar, mas era muito
estranho”, lembra Géssica.
Rafael e Géssica se casaram na cerimônia civil e apenas quinze dias
depois na religiosa e finalmente tiveram o grande momento do beijo.
“Pensamos agora pode, que delícia. Está selado nossa relação, temos
liberdade”, lembra Géssica.
Géssica lembra que o objetivo de esperar para casar sem beijos não é o
sexo. “Acho errado quem casa com 20 anos com o objetivo do sexo, que é a
mesma coisa que namorar com o objetivo do sexo. Por isso ficamos dois
anos nos conhecendo. O objetivo era construir uma vida juntos e não uma
vida de sexo juntos.”
O casal ainda aproveita a lua de mel, mas garante que valeu a pena
esperar. “Como se fosse começo de namoro, qualquer coisa já vamos
namorar um pouquinho, mas também conversamos muito”, confidencia Géssica
que não se arrepende de ter esperado. “Se eu pudesse voltar teria dado o
primeiro beijo no altar.”