AUGUSTO CAMPOS | LUANDA, 05 Fevereiro 2014: Segundo o Público de Portugal A telenovela angolana transmitida na Televisão Pública de Angola (TPA), Jikulumessu – Abre o Olho, viu a sua emissão ser suspensa por alegadas “razões técnicas” nesta semana.
O motivo terá sido o primeiro beijo homossexual
da história da televisão pública angolana, emitido no episódio do
passado dia 28 de Janeiro. O beijo foi trocado entre as personagens
Carlos Nambe (Pedro Hossi), um homem casado, e Gerson Cange (Lialzio
Almeida), um jovem solteiro. A RTP tem prevista a exibição desta
produção angolana em substituição da telenovela portuguesa Água de Mar, não tendo sido ainda anunciada a data de estreia.
O
beijo provocou acesos comentários nas redes sociais, a favor e contra a
representação do afecto entre dois homens. O mesmo aconteceu com a
suspensão da telenovela, havendo acusações de “censura”.
Segundo o portal informativo Rede Angola,
a “novela deixou de ser exibida a 2 de Fevereiro e o público foi
avisado durante o Telejornal da TPA”. Numa nota, publicada no Facebook
oficial da novela, a produtora Semba Comunicação procurou justificar a
cena do beijo, afirmando que “desrespeitar e ofender nunca foi o
propósito”. Acrescentou que embora “algumas imagens emitidas possam ter
ferido susceptibilidades” e "algumas pessoas as podem ter considerado
impróprias”, serão feitas ”correcções na representação de alguns
conteúdos mais sensíveis”.
A trama segue a vida de Joel Kapala
(Fernando Mailoge), um jovem de 17 anos do Lubango, abordando vários
assuntos sensíveis como a violência juvenil, a traição, a delinquência, a
corrupção, a poligamia e a prostituição. A produtora Semba diz que os
temas abordados, entre os quais a homossexualidade, servem para suscitar
um debate que “visa encorajar o diálogo na sociedade sobre a tolerância
e o respeito por todos os grupos sociais, como consagrado na
Constituição da República”.
COREON DÚ APOIO MOTIVOS GAY
No Facebook
pessoal, Coréon Dú, um dos produtores da telenovela, condena o “acto de
censura que o projecto sofreu pelo órgão que emite a telenovela,
independentemente da sua eventual motivação”, acrescentando ainda que
“projectos artísticos desta natureza tem como objectivo o lazer, mas
também devem gerar diálogo e debate de forma salutar”.
Ainda não foi anunciado o regresso da emissão na TPA.
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