AUGUSTO CAMPOS | LUANDA, 13 Fevereiro 2015: Fidel Castro queria controlar o petróleo, diamantes e
restantes recursos naturais em Angola, revela Juan Reinaldo Sánchez,
ex-guarda-costas do “líder máximo”, no livro “A Face Oculta de Fidel
Castro” que vai ser lançado em Portugal esta quarta-feira.
Juan Reinaldo Sánchez, que foi o guarda-costas de Fidel Castro
durante 17 anos e que vive atualmente exilado nos EUA, disse à Lusa que
Havana queria controlar os recursos naturais em Angola. Porém, a morte
de Agostinho Neto e a subida ao poder de José Eduardo dos Santos
estragaram-lhe os planos.
“Fidel Castro não queria apenas o petróleo, mas também outros
recursos naturais de Angola. Queria ir buscar mais depois da guerra, mas
o que aconteceu foi que o aliado incondicional – Agostinho Neto – morre
e José Eduardo dos Santos não lhe deu essa possibilidade”, explica
Sánchez, que vive atualmente exilado nos Estados Unidos. As primeiras
“contrariedades” entre o chefe de Estado angolano e Fidel Castro dão-se
nas conversações de paz após a batalha do Cuíto Cuanavale.
“José Eduardo dos Santos faz tudo nas costas de Fidel Castro que se
indigna e manda vir um representante do Bureau Político de Angola a
Havana e queixa-se. Começam os problemas com José Eduardo dos Santos.
Uma coisa é a política e as fotografias e outra coisa é o que vem do
interior das relações”, afirmou.
“Fidel Castro queria mais de Angola. Ele dizia que ia levar de Angola
apenas os mortos, mas não foi assim. Eu vi no gabinete de Fidel Castro
uma caixa de tabaco repleta de diamantes. Não eram diamantes grandes,
eram diamantes pequenos, mas a caixa estava cheia”.
“Fidel, através do seu ajudante José Naranjo e do secretário Chomy,
mandou vender esses diamantes e depositar o dinheiro nas suas contas
bancárias fora de Cuba”, disse à Lusa o homem que foi guarda-costas do
Presidente cubano durante 17 anos.
“Eu tenho informações e além do mais vi. Fidel tinha outra ideia com
Angola. Essa ideia sobre o internacionalismo proletário; essa ideia de
ajudar os irmãos africanos; essa ideia de ajuda entre os povos é
propaganda. É um mito”, sublinhou, referindo-se ao envolvimento de Cuba
com o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
“Fidel Castro não queria apenas o petróleo, mas também outros
recursos naturais de Angola. Queria ir buscar mais depois da guerra, mas
o que aconteceu foi que o aliado incondicional – Agostinho Neto – morre
e José Eduardo dos Santos não lhe deu essa possibilidade”, explicou
Juan Reinaldo Sánchez.
tag: Livro sobre fidel castro
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